São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2008

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Outro lado

Exército afirma que não torturou índios

Comando da Amazônia diz que sindicância não constatou crimes, mas não confirma se jovens estiveram no pelotão no ano passado

DA AGÊNCIA FOLHA

O CMA (Comando Militar da Amazônia) informou, em nota oficial, que uma sindicância foi instaurada para apurar as denúncias dos indígenas e que, após concluída, a investigação interna não identificou "qualquer ato delituoso por parte de militares" do 3º PEF (Pelotão Especial de Fronteira). A sindicância foi aberta em junho deste ano, segundo o CMA.
A nota não deixa claro se a sindicância instaurada pelo 5º Batalhão de Infantaria de Selva, subordinado ao CMA e responsável pelo destacamento do 3º PEF, confirmou que 12 jovens indígenas foram levados ao pelotão na noite de 27 de setembro do ano passado.
No final da nota, assinada pela Seção de Comunicação Social do CMA, o Exército afirma que "caso sejam confirmadas quaisquer denúncias envolvendo militares do Exército, não hesitaremos em colaborar para fazer valer as sanções legais que se fizerem necessárias".
A nota diz que os generais João Carlos de Jesus Corrêa e Ivan Carlos Weber Rosas, respectivamente chefe do Estado Maior do CMA e comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, foram à comunidade São Joaquim e que "foi observado um excelente relacionamento entre a comunidade e os integrantes do 3º PEF".
Leia a íntegra da nota do Comando Militar da Amazônia:

 

A respeito da informação, citada em sua mensagem eletrônica, de supostas denúncias, formuladas por indígenas da comunidade de São Joaquim (AM), contra militares lotados no 3º PEF (Pelotão Especial de Fronteira), informamos que, na oportunidade em que as acusações vieram à tona, foi instaurada uma sindicância pelo comando do 5º Batalhão de Infantaria de Selva (em São Gabriel da Cachoeira), ao qual o 3º PEF é subordinado, para apurar os fatos. Ao final da sindicância, não foi caracterizado qualquer ato delituoso por parte de militares.
Com respeito ao citado inquérito civil público, o comando do 5º Batalhão de Infantaria de Selva recebeu, do procurador do Ministério Público Federal, questionamentos referentes à denúncia em tela e está adotando as medidas pertinentes, visando a atender aquela autoridade.
Cabe acrescentar que o general-de-brigada João Carlos de Jesus Corrêa, chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia, e o general-de-brigada Ivan Carlos Weber Rosas, comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, estiveram em São Joaquim, em 6 de novembro do corrente ano, acompanhando uma comitiva de professores e alunos de universidades paulistas em visita à Amazônia. Foram recebidos pela comunidade indígena, chefiada pelo vice-capitão Carlos Lourenço de Góes. Na oportunidade, questionaram quanto à existência de alguma pendência ou problema. A esses oficiais-generais foi informado que o que realmente afeta a comunidade é a falta de energia elétrica. Ressalto que, durante a visita, foi observado um excelente relacionamento entre a comunidade e os integrantes do 3º PEF, traço comum na convivência entre representantes do Exército brasileiro e as diversas comunidades indígenas de toda a Amazônia, tanto nos rincões onde destacamos pelotões especiais de fronteira quanto naqueles em que mantemos contatos permanentes e rotineiros. É fácil constatar o apoio que prestamos a essas comunidades.
O Comando Militar da Amazônia reafirma que prossegue na sua missão constitucional de defesa da soberania nacional na Amazônia e no exercício de inúmeras ações complementares que nos integra à população amazônica. No entanto, caso sejam confirmadas quaisquer denúncias envolvendo militares do Exército, não hesitaremos em colaborar para fazer valer as sanções legais que se fizerem necessárias.


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