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DITADURA
Procuradoria acusa Maluf e Tuma de ocultar cadáveres
FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público Federal em São Paulo apresentou à Justiça uma ação civil
em que o deputado federal
Paulo Maluf (PP-SP), o senador Romeu Tuma (PTB-SP)
e o diretor da Eletrobrás Miguel Colasuonno são acusados de participação na montagem e no funcionamento
de uma estrutura para ocultar cadáveres de opositores
da ditadura militar (1964-1985) nos cemitérios de Perus e da Vila Formosa, em
São Paulo, na década de 70.
Maluf e Colasuonno foram
prefeitos da capital, de 1969 a
1971 e de 1973 a 1975, respectivamente, e Tuma atuou no
Dops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social) de 1967 a 1983.
O Ministério Público pede
no processo que eles sejam
condenados ao pagamento
de indenizações no valor de
10% de seus patrimônios e à
perda de suas funções públicas ou aposentadorias.
As acusações têm como
base a documentação e depoimentos obtidos pela CPI
da Câmara Municipal de São
Paulo sobre a vala comum
descoberta no cemitério de
Perus em setembro de 1990,
segundo a Procuradoria.
Em outra ação apresentada à Justiça ontem, o Ministério Público acusou universidades e legistas de lentidão
e descaso nos trabalhos de
identificação de ossadas de
desaparecidos políticos encontradas naquela vala.
Maluf, afirmou, em nota,
que "depois de 39 anos, abordar de forma leviana um assunto dessa natureza é no
mínimo uma acusação ridícula". Colasuonno informou,
por meio de sua secretária,
que desconhece os fatos das
acusações e, por isso, não poderia se manifestar. A assessoria de Tuma disse que o senador também não foi informado sobre a ação e só falará
sobre o assunto após verificar o conteúdo do processo.
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