São Paulo, sexta-feira, 27 de novembro de 2009

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DITADURA

Procuradoria acusa Maluf e Tuma de ocultar cadáveres

FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público Federal em São Paulo apresentou à Justiça uma ação civil em que o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), o senador Romeu Tuma (PTB-SP) e o diretor da Eletrobrás Miguel Colasuonno são acusados de participação na montagem e no funcionamento de uma estrutura para ocultar cadáveres de opositores da ditadura militar (1964-1985) nos cemitérios de Perus e da Vila Formosa, em São Paulo, na década de 70.
Maluf e Colasuonno foram prefeitos da capital, de 1969 a 1971 e de 1973 a 1975, respectivamente, e Tuma atuou no Dops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social) de 1967 a 1983.
O Ministério Público pede no processo que eles sejam condenados ao pagamento de indenizações no valor de 10% de seus patrimônios e à perda de suas funções públicas ou aposentadorias.
As acusações têm como base a documentação e depoimentos obtidos pela CPI da Câmara Municipal de São Paulo sobre a vala comum descoberta no cemitério de Perus em setembro de 1990, segundo a Procuradoria.
Em outra ação apresentada à Justiça ontem, o Ministério Público acusou universidades e legistas de lentidão e descaso nos trabalhos de identificação de ossadas de desaparecidos políticos encontradas naquela vala.
Maluf, afirmou, em nota, que "depois de 39 anos, abordar de forma leviana um assunto dessa natureza é no mínimo uma acusação ridícula". Colasuonno informou, por meio de sua secretária, que desconhece os fatos das acusações e, por isso, não poderia se manifestar. A assessoria de Tuma disse que o senador também não foi informado sobre a ação e só falará sobre o assunto após verificar o conteúdo do processo.


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