São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 2002

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PAINEL

Tempo ao tempo
Lula avisou a ala dissidente do PMDB de que não poderá ajudá-la a tomar o controle do partido antes da disputa pela presidência da Câmara. Não quer colocar em risco a eleição do petista João Paulo Cunha (SP) para o cargo. Depois, a história é outra.

Máquina do governo
Passada a eleição para a presidência da Câmara, Lula quer sufocar a atual cúpula do PMDB, que apoiou Serra na sucessão de FHC. Cargos e emendas parlamentares podem ser usadas para atrair parlamentares do baixo clero para o grupo dissidente.

Calculadora petista
A avaliação do PT é que dificilmente Lula conseguirá governar com tranquilidade se não atrair o PMDB para a sua base.

Efeito colateral
Nelson Pellegrino (BA) será o próximo líder do PT na Câmara. Seu único concorrente, Henrique Fontana (RS), foi descartado com a desculpa de que há muitos gaúchos no governo. Na verdade, a cúpula do partido acha Fontana radical demais.

Dúvida cruel
O PT do Paraná, que reclamou de não ter ficado com nenhum ministério, indicará o presidente de Itaipu. O acordo foi fechado ontem entre José Dirceu e dirigentes do partido no Estado, que devem indicar um nome até segunda-feira. Resta saber se Lula não vai desautorizar seu articulador político novamente.

A conferir
O deputado federal Pinheiro Landim (CE), suspeito de ter ligações com o narcotráfico e compra de habeas corpus, espalhou no PMDB que não assumirá seu novo mandato em 2003.

Tiro ao alvo
Na bolsa de apostas do PT, Walfrido Mares Guia (Turismo) é o favorito para ser o primeiro ministro a cair na gestão Lula da Silva. O deputado mineiro será interrogado no inquérito que apura o assassinato de uma modelo em Belo Horizonte.

Guia eletrônico
As ONGs Conectas Direitos Humanos e Agência de Notícias dos Direitos da Infância, com apoio da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, lançaram um site com o nome de mais de 160 especialistas no setor: http://conectas.locasite.com.br.

Bolso do colete
Geraldo Alckmin já tem o seu candidato à sucessão de Marta Suplicy, em São Paulo: o deputado Arnaldo Madeira (PSDB), futuro secretário da Casa Civil.

Caneta vermelha
Alckmin considera Madeira mais discreto e fiel do que José Aníbal e mais preparado do que Walter Feldman, outros pré-candidatos à Prefeitura de SP. Gabriel Chalita (Educação), nome da confiança de Alckmin, é tido como muito novo por ele.

Conselhos de Brasília
O futuro ministro da Agricultura de Lula, Roberto Rodrigues, almoçou ontem no restaurante La Traineira, em São Paulo, com a ex-ministra da Economia na gestão Fernando Collor (90-92), Zélia Cardoso de Mello.

Público interno
Para acalmar as resistências no PT a Gilberto Gil, Lula vai colocar o petista Márcio Meira na Secretaria Executiva da Cultura. O compositor poderá escolher metade dos seus auxiliares. A outra ficará para o partido.

Indicação ambiental
O PT de MT pediu à cúpula do partido que o ex-deputado Gilney Viana (PT), integrante da equipe de transição, fique com o cargo de secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente.

Bumerangue
Fernando Freire (PPB), derrotado ao governo do RN, entrou com ação na Justiça Eleitoral para tentar impedir a diplomação de Wilma de Faria (PSB). Usa como argumento denúncias feitas pela coligação encabeçada pelo PFL que, no segundo turno, passou a apoiar Wilma.

TIROTEIO

Do líder do governo na Câmara, Arthur Virgílio (PSDB), dando recado a Lula, após ele ter criticado a herança que receberá do atual governo:
- Seja sincero e mantenha o respeito pelo governo FHC, porque o vice será versa: se formos atacados, faremos oposição radical.

CONTRAPONTO

Aval póstumo

Leonel Brizola havia recusado a primeira oferta do PT para que o PDT ficasse com o Ministério das Comunicações.
O ex-governador disse a José Dirceu, futuro ministro da Casa Civil de Lula, que a pasta era inexpressiva.
Após essa negativa, Brizola recebeu um telefonema de um deputado do Rio de Janeiro. Para tentar convencer o cacique pedetista, o parlamentar argumentou que o orçamento da pasta era de R$ 2,8 bilhões.
Brizola fez pouco caso.
O parlamentar insistiu. Disse que, nos anos 90, era daquele ministério que o senador Darcy Ribeiro (1922-1997), amigo do ex-governador, queria arranjar recursos para fazer um projeto de informatização nas escolas.
Ao ouvir isso, Brizola abriu um sorriso:
- É mesmo? Se o Darcy viu alguma coisa boa nesse ministério, ele não deve ser tão ruim.


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