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Preocupados, militares buscam aproximação
com o "Evo" do Amazonas
Wilso Nogueira/"A Crítica"
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O índio Pedro Garcia (PT), prefeito eleito no Amazonas
DA REPORTAGEM LOCAL
O Exército está atento a
mudanças históricas em curso no cenário político de São
Gabriel da Cachoeira (AM).
Com a maior população indígena do país -cerca de
85%- e localização estratégica na fronteira com Colômbia e Venezuela, o município terá como prefeito, a
partir de 1º de janeiro, o índio tariano Pedro Garcia
(PT), 47. O fato inédito na
história da cidade já enseja
paralelos com o presidente
boliviano, Evo Morales.
Guardadas as proporções,
há algumas semelhanças.
Garcia, como Morales, começou a carreira política no
movimento étnico. Em São
Gabriel, como na Bolívia, o
governo estava nas mãos da
elite branca, e os índios marginalizados. A insatisfação
promoveu a mudança.
Garcia está ciente das
comparações, e "trabalha
com cuidado". "A discriminação é visível, mas prometo
governar para todos, índios,
brancos e negros", disse à
Folha. Garcia diz que na cidade o poder econômico
"domina" e "a democracia
não é levada a sério", mas
que sua eleição é fruto "da
maturidade do povo".
Na caserna, o sentimento
é de curiosidade e preocupação -em 2006, Morales ocupou a refinaria da Petrobras
em território boliviano. A estratégia com Garcia é de
aproximação.
O indígena foi convidado a
participar de um almoço tradicional entre militares da
ativa e da reserva. "Eu o tratei como prefeito eleito com
toda a consideração", disse o
comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno. "É importante que ele tenha humildade para aprender", afirmou.
(CDS)
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