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Produtores de arroz dizem que colheita caiu 52%
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BOA VISTA
DA ENVIADA A BOA VISTA
Para os arrozeiros expulsos
da reserva Raposa/Serra do Sol
(RR), a solução encontrada para continuar produzindo foi arrendar, por até R$ 200 o hectare, terras fora da reserva.
Mesmo assim, eles dizem
que diminuíram, em média, sua
área plantada de arroz em 58%
na safra de 2009, quando comparada com a de 2008.
Se na anterior foram 25 mil
hectares, na atual são 12 mil. A
colheita caiu 52% (de 3,125 milhões de sacas para 1,5 milhão
de sacas). No total, o valor da
safra será de R$ 66,5 milhões,
R$ 71 milhões a menos.
Os produtores, que em seu
auge foram responsáveis por
cerca de 6% do PIB (Produto
Interno Bruto) do Estado, em
2009 devem ter uma participação inferior a 3% no índice.
Para piorar, eles têm de enfrentar as multas aplicadas pelo
Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis) e pelo governo de Roraima por supostos
crimes ambientais, que somam
cerca de R$ 90 milhões. Todas
são passíveis de recursos.
Ainda assim, nos arredores
da capital do Estado, Boa Vista,
onde ficam as usinas dos rizicultores, o movimento não parece muito diferente da época
em que os arrozeiros ainda
ocupavam a reserva.
As únicas lembranças da expulsão são os pátios, agora
cheios de maquinário agrícola,
parado e enferrujando. Tudo
foi retirado das antigas fazendas -nas quais hoje moram índios, mas que já não são utilizadas para o plantio maciço.
Paulo César Quartiero, principal líder dos arrozeiros, é o
único dos seis produtores que
não está plantando. Por enquanto, espera a decisão da
Guiana sobre a possibilidade de
ir produzir no país vizinho. Ele
considera o arrendamento de
terras um mau negócio.
Ele chegou a se reunir no segundo semestre deste ano com
Bharrat Jagdeo, presidente da
Guiana, que tenta atrair novos
investidores estrangeiros.
Para Nelson Itikawa, presidente da Associação dos Arrozeiros de Roraima, a logística
de trazer os produtos de volta
ao Brasil torna o negócio arriscado. Além disso, a Guiana
"emprestaria" as terras, não as
cederia completamente. Segundo ele, há desânimo em "começar tudo de novo" em outro
país.
(JCM E MB)
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