São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 2001

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SÃO PAULO
Missa reúne 13 secretários e dezenas de correligionários; governador licenciado ficou repousando na capital

27 mil rezam por Covas em Aparecida

DA ENVIADA A APARECIDA
Uma missa pela saúde do governador licenciado de São Paulo, Mário Covas (PSDB), reuniu ontem cerca de 27 mil pessoas na Basílica de Aparecida (a 170 km de São Paulo), segundo estimativa da administração do santuário.
A maioria dos convidados chorou durante a celebração, que durou uma hora e 15 minutos e foi presidida pelo cardeal arcebispo de Aparecida, dom Aloísio Lorscheider. Covas era esperado pela administração da basílica, mas, segundo o governador interino, Geraldo Alckmin, não compareceu porque estava "repousando" na manhã de ontem.
Boa parte do público eram fiéis que habitualmente visitam Aparecida aos sábados. Viajaram especialmente para a celebração a mulher de Covas, Lila, Alckmin e sua mulher, Maria Lúcia, o ministro José Serra (Saúde), 13 dos 22 secretários de governo, alguns deputados estaduais e federais e 30 prefeitos de cidades paulistas.
A missa foi o ato final da peregrinação a Aparecida para rezar pela recuperação de Covas, que está em tratamento por causa de um câncer com metástase.
A Travessia da Fé, como foi batizada pela Igreja Católica a romaria, saiu de São Paulo na segunda-feira com 90 fiéis e chegou às 9h de ontem à Basílica de Aparecida, com cerca de 120 pessoas.
No santuário, onde já estavam espalhadas faixas desejando saúde a Mário Covas, os peregrinos -liderados pelo padre Rosalvino Vinayo, amigo pessoal do governador licenciado- foram recebidos com fogos de artifício.
Lila Covas foi a primeira das autoridades paulistas a chegar, às 9h15, acompanhada apenas por Beth Arbaitman, mulher do secretário de Esportes e Turismo. Lila subiu ao altar montado do lado de fora da igreja, onde os peregrinos já faziam orações, e foi aplaudida.
De óculos escuros e chorando muito, ela não quis falar à platéia e ficou apenas cinco minutos no altar, seguindo para a sala da sacristia, onde aguardou o início da missa. "É tão difícil, viu? Eu estou feliz, mas triste. Podia ter sido por outra coisa", disse Lila, muito emocionada, referindo-se à homenagem, ao ser cercada por jornalistas. Foi a única declaração da mulher do governador licenciado.
Emoção
A missa de ontem começou pontualmente às 10h. Alckmin e Lila, como as demais autoridades, ficaram à direita do altar, isoladas por cordões da segurança. Aos pés de dom Aloísio, faixas pediam pela saúde de Covas, citado durante toda a celebração.
Ao deixar seu lugar para liderar a fila da comunhão, Lila recebeu duas medalhas religiosas do comerciante Adilson Chad, 45, que conseguiu romper o cerco da segurança e pediu que uma dela seja entregue a Covas.
O momento mais emocionante ocorreu quando Lila, chorando muito, segurou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida e a exibiu, caminhando em torno do altar. Alckmin e Serra choraram. "O governador é um guerreiro e merece essa oração e esse carinho", disse Alckmin após o final da missa. (SÍLVIA CORRÊA)




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