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Público se divide entre
esperança e desilusão
DOS ENVIADOS A PORTO ALEGRE
Havia ontem petistas tanto no
grupo favorável quanto no grupo
contrário ao presidente Lula.
Vinicius Codeço, 25, bancário
do Rio de Janeiro, protestava misturado aos manifestantes do
PSOL e dos grupos de esquerda.
Sônia Lucena, 51, professora universitária de Pernambuco, que
acompanhava o discurso sentada
num dos primeiros degraus da arquibancada do Gigantinho,
amarrou uma camisa "100% Lula" na frente da que vestia.
Para Codeço, que diz ter sempre
sido militante do Partido dos Trabalhadores, o governo Lula não
está mais em disputa entre "progressistas e a burguesia" e acabou
assumindo um perfil exclusivamente conservador.
"A gente fez a campanha do Lula. Desde 89 que ele vem fazendo
concessões progressivas para a
burguesia. Imaginamos que seria
um governo de disputa, mas agora vemos que nem o PT nem o governo estão mais em disputa",
afirmou Codeço.
Para Lucena, professora da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), é preciso dar tempo
ao presidente.
"Mesmo considerando que algumas coisas não me agradam,
tenho que lutar para que ele cumpra o que prometeu", ela disse,
sentada a poucos metros dos manifestantes do PSOL. "E não dá
para ser oposição pouco depois
de ele tomar posse."
Pouco depois do início do discurso do presidente, dois manifestantes de um grupo chamado
"Crítica Radical" foram retirados
à força do ginásio. Do lado de fora, ambos foram jogados no chão,
imobilizados e depois retirados
da presença da imprensa e dos
manifestantes do PSOL e do
PSTU que protestavam do lado de
fora do Gigantinho.
"É inadmissível que um governo que se diga democrático faça
isso", afirmou o presidente do
PSTU, José Maria, do alto de um
carro de som.
Segundo a Brigada Militar, eles
foram detidos sob a acusação de
"conduta inconveniente" por terem tentado atirar ovos no presidente. Regina Célia Zanetti, integrante do grupo, afirmou que eles
estavam apenas vaiando Lula.
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