|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Maioria dos eleitos rejeita proposta de aumento de 91%
Entre os deputados ouvidos pela Folha, 26,9%, porém, são favoráveis à equiparação salarial com o teto do Judiciário
Verba mensal de R$ 15 mil, destinada para a cobertura de gastos de gabinetes estaduais, é defendida por 71% dos parlamentares
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um mês e meio depois de o
Congresso decidir pela equiparação salarial com o teto do Judiciário e ser obrigado a recuar
por conta da repercussão negativa, a maior parte dos deputados da próxima legislatura declara ser contrária à medida.
Enquete feita pela Folha
com 441 dos 513 deputados que
assumirão na próxima quinta-feira mostra que 59% rejeitam
o aumento de 91%, que elevaria
os salários para R$ 24,5 mil.
A posição contrasta com o
que se defendia nos corredores
da Casa em dezembro, quando
os líderes partidários entraram
em acordo e, com aval das cúpulas da Câmara e do Senado,
decidiram pelo reajuste.
Como a maioria dos entrevistados para a enquete revelou
abertamente seu voto, a atitude parece acompanhar o que
ocorre com dois dos candidatos
à presidência da Câmara.
Aldo Rebelo (PC do B) e Arlindo Chinaglia (PT), antes favoráveis à equiparação, mas
depois, receosos do estrago que
isso causaria à imagem, recuaram, ao menos publicamente.
Ainda assim, 26,9% se disseram favoráveis à equiparação.
"Essa porcentagem de deputados que se dizem favoráveis à
equiparação do salário é razoável, em consideração à opinião
pública que se manifestou contra a medida", disse Fernando
Gabeira (PV-RJ), integrante do
chamado "Grupo dos 30", que
se posicionou contra o aumento. O tema deverá voltar à pauta da Câmara neste ano.
Verba
A maioria dos deputados
(71%) declarou ser a favor do
recebimento da verba indenizatória, mensalidade de R$ 15
mil a que os deputados têm direito para cobrir gastos de seus
gabinetes estaduais. Apenas
10,3% renunciariam ao auxílio.
A deputada Luiza Erundina
(PSB-SP) afirmou que faz uso
da verba indenizatória. "Sou a
favor da verba, mas presto contas desse dinheiro. Quando ela
não é necessária, devolvo à contabilidade da Câmara." Ela não
soube dizer o quanto devolveu
na última legislatura.
O novo líder do PSDB na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio (SP), foi taxativo: "A verba é
fundamental ao meu trabalho".
Acusado de ter recebido dinheiro do esquema do mensalão, o deputado Vadão Gomes
(PP-SP), que foi absolvido pela
Câmara, disse que é contra a
equiparação dos salários e a
verba indenizatória.
Equiparação
Outro dado da enquete é a rejeição à proposta de substituição da verba indenizatória pela
equiparação salarial. A maioria
(66,7%) foi contra, e 22,5% se
disseram a favor.
O resultado da pesquisa mostra que a maioria da nova Câmara se declara disposta a votar com mais transparência:
58,8% dos deputados responderam ser contra o voto secreto; 18% são a favor do voto secreto para eleições da Mesa, e
15% são a favor do voto secreto.
A maioria, 65,4%, disse ser a
favor da permanência da imunidade parlamentar como ela
funciona. Hoje, a imunidade
permite que crimes comuns cometidos por parlamentares sejam julgados no STF (Supremo Tribunal Federal) -28% declararam ser contrários à imunidade parlamentar.
Texto Anterior: Eleição: Urna eletrônica será utilizada pela 1ª vez na Casa Próximo Texto: Janio de Freitas: Doença brasileira Índice
|