São Paulo, quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

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"Parte do PT nos vê como rivais", diz governador de Pernambuco

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, diz que uma parcela do PT está agoniada para uma definição da candidatura de Ciro Gomes e que alguns petistas enxergam o partido como inimigo. Aliado de primeira hora de Lula, o PSB enxerga na eleição deste ano uma chance de crescer. O apoio a esse projeto por parte de Lula e uma convivência pacífica com o PT serão considerados quando o PSB for forçado a desistir da disputa do Planalto, possibilidade conduzida por Ciro. Essa é a avaliação de Campos. (FR)

 

FOLHA - Quando o PSB decide se lança Ciro para presidente?
EDUARDO CAMPOS
- No tempo certo da política: em março.

FOLHA - Por quê?
CAMPOS
- O prazo estava acertado com o presidente. Afinal, não sabemos ainda quem será o candidato da oposição. Não sabemos se a saída de Ciro de fato favorece o nosso campo ou se os votos no Sul e no Sudeste migrariam para a oposição.

FOLHA - Mas não parece claro para o sr. que o candidato de oposição será José Serra (PSDB-SP)?
CAMPOS
- Pode ser, mas ele ainda não oficializou. Como vamos decidir antes de Serra dizer se está no páreo? Se o cenário mudar e Ciro já estiver fora, ficaria ruim voltar a ser candidato.

FOLHA - Mas o sr. há de considerar que a definição de Ciro engessa uma das mais importantes eleições do país, que é a disputa pelo governo de São Paulo.
CAMPOS
- Essa é uma agonia de uma parcela do PT. O PSB tem um postulante ao governo de SP, que é Paulo Skaf [presidente da Fiesp]. No fundo, alguns petistas, não todos, nos veem como seus futuros adversários.

FOLHA - Mas e se Lula quiser Ciro candidato em São Paulo?
CAMPOS
- O prazo para decidir está agendado: final de março. Mas não creio no interesse de Ciro em disputar o governo de SP. O principal a dizer é que no PSB nós aceitamos que o presidente Lula seja o condutor de todo esse processo. Vamos acatar a orientação dele. Se em março ele mantiver sua posição a respeito da conveniência de Ciro não ser candidato a presidente, vamos conversar sobre o compromisso a ser feito.

FOLHA - Qual compromisso?
CAMPOS
- O PSB tem 27 deputados federais. Planeja eleger acima de 40. O partido tem candidatos a governador competitivos em vários Estados. É necessário saber como o presidente Lula e o PT interpretam esse projeto. Somos parceiros de Lula desde o início e queremos continuar juntos. Mas o PSB tem planos de crescer. Isso deve estar contemplado dentro da aliança eleitoral deste ano.


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