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Real pode ter ampliado degradação
da Reportagem Local
ONGs (organizações não-governamentais) da área de meio ambiente avaliaram ontem que o otimismo gerado pelo sucesso do Plano Real é uma das causas prováveis para a taxa recorde de desmatamento da Amazônia em 1995.
Segundo João Paulo Capobianco, coordenador do Instituto Sócio-Ambiental, a estabilização da moeda e a queda da inflação pode ter levado, por exemplo, empresários a derrubar grandes áreas de floresta para a implantação de pastagens, apostando no crescimento do consumo de alimentos.
Garo Batmanian, diretor-executivo do WWF (Fundo Mundial para a Natureza), disse que os médios e pequenos agricultores driblaram as altas taxas de juros vendendo madeira em pé (árvores) para madeireiras, que bancaram o custo do desmatamento para formação das pastos e lavouras.
Roberto Vergueiro Pupo, presidente da Aimex (Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará), disse que o desmatamento não bate com o desempenho do setor: as exportações de madeira cresceram apenas 10% em 95 e caíram 10% em 96.
(BERNARDINO FURTADO)
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