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Possibilidade de intervenção sela pacto de governabilidade no DF
Secretários adotam discurso de que "tudo melhorou" e que serviços continuam
RENAN RAMALHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Entre secretários e servidores do Distrito Federal, o discurso é quase o mesmo: o governo distrital continua funcionando e a crise política não afetou os serviços públicos. "Muito pelo contrário, tudo melhorou. Continuamos todos os
nossos trabalhos", diz o secretário de Saúde, Joaquim Barros, sobre a posse, na terça, do
deputado Wilson Lima (PR) no
cargo de governador.
A própria Secretaria de Saúde, que desde o ano passado enfrentava problemas como falta
de pessoal e demanda por serviços de emergência, foi uma
das primeiras a ser atendida.
Resultado: na quinta, após reunião com Barros, Lima liberou
R$ 160 milhões para conclusão
de reforma do Hospital de Base,
contratação de 500 agentes de
combate à dengue e concurso
para 400 médicos.
No mesmo dia, após receber
a secretária de Educação, Eunice Santos, Lima aceitou dar
reajuste de 10,4% para mais de
44 mil professores da rede pública. O aumento era negociado
havia um ano. Na sexta, veio
outro pedido, dessa vez da Segurança: necessidade imediata
de chamar 380 candidatos já
aprovados em concurso para a
Polícia Civil e outros 650 para a
área penitenciária.
O esforço para mostrar serviço segue a lógica de que por trás
da aparente normalidade está o
medo generalizado no secretariado da intervenção federal,
possibilidade que ganhou corpo após a renúncia, na terça, do
então governador interino,
Paulo Octávio. Onze dias antes,
ele havia assumido no lugar do
titular José Roberto Arruda,
preso sob acusação de tentar
subornar uma testemunha no
caso do mensalão do DEM.
Alimenta a sensação de que
tudo caminha bem o largo Orçamento: a previsão de receita
para 2010 é de R$ 20,2 bilhões,
dos quais R$ 7,6 bi são repasses
federais obrigatórios. Segundo
a Secretaria de Obras, estão em
execução -e com recursos garantidos- mais de 2.000 projetos, como pavimentação de estradas e obras de saneamento.
Para o secretário de Fazenda,
André Clemente, depois da crise, aumentou o cuidado na aplicação dos recursos. Dá como
exemplo a medida tomada por
Wilson Lima de suspender os
pagamentos de 22 contratos
firmados com empresas citadas
na Caixa de Pandora.
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