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NO AR
Jô e o poder
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
- Eu tenho aqui, eu entrevisto, muito cuidadosamente,
por sinal, o presidente do Senado... uma das figuras mais
poderosas da República...
muito obrigado, senador!
Era só o começo. Jô Soares
entrevistou Toninho Malvadeza e tornou a malvadeza
em qualidade. Acomodando a
frase de ``Passageiro, Profissão Repórter'', as perguntas
revelaram muito mais sobre
Jô Soares do que as respostas,
sobre ACM. Exemplo:
- Antonio Carlos, eu sei
que você tomou uma série de
medidas mudando práticas
estabelecidas. Conta um pouco o que são e que reações
aconteceram.
Antonio Carlos? E mudando
práticas estabelecidas? E enfrentando reações? Com a primeira questão, ACM desatou
a elogiar-se a si mesmo. Não
vale repetir.
Outra pergunta -depois da
observação de que ACM ``mora lá no centro do poder'' e da
insinuação sobre a presença,
presente e futura, do mesmo
no Palácio do Planalto:
- Quem manda mais no
Brasil, Fernando Henrique ou
Antonio Carlos?
ACM disse que era FHC. Jô,
rindo para o público:
- É de uma modéstia...
E outra:
- Você acha que o povo
baiano gosta mais do Toninho Malvadeza ou do Toninho Ternura?
- Dos dois.
- A mistura dos dois!
E ri... e chega ao cume:
- Antonio Carlos, você falou do amor que o povo baiano tem por você, e a gente
sente isso. Você tem admiradores nas mais diferentes correntes. Uma ocasião eu estive
em Salvador e o Castro Alves
estava em reforma. Estive com
você e lamentei, e você, ``mas
vai ficar, está tendo isso, ar
condicionado, não sei o quê''.
Você sabia de cor tudo o que
seria feito e como seria. Era
pelo fato de ser o Castro Alves
ou você cuida detalhadamente de todas as obras?
Como no ``Passageiro'', as
perguntas revelam mais.
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