|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PREVIDÊNCIA
Ministro diverge de Inocêncio
Stephanes contesta
divisão de emenda
da Sucursal de Brasília
O ministro da Previdência, Reinhold Stephanes, reagiu ontem às
declarações do líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), que defendeu
a divisão em duas da proposta de
reforma da Previdência, criando
uma divergência entre os articuladores do próprio governo.
O ministro considerou ``sem
sentido'' a negociação anunciada
ontem por Inocêncio para modificar apenas a aposentadoria do setor público, dentro da emenda de
reforma da Previdência.
As regras para os trabalhadores
da iniciativa privada ficariam para
ser votadas em data não-determinada. A emenda da Previdência,
aprovada no ano passado pela Câmara, está em tramitação no Senado.
Stephanes negou que a proposta
seja de iniciativa do governo, como declarou o líder do PFL, mesmo partido do ministro. "O único
interlocutor do governo nessa área
sou eu'', disse Stephanes.
O ministro, assim como Inocêncio, afirmou que tem o apoio do
presidente Fernando Henrique
Cardoso.
5% do setor privado
De acordo com Stephanes, a reforma da Previdência atinge apenas 5% dos trabalhadores do setor
privado com a introdução do limite de idade para aposentadoria, como pretende o governo -55 anos
(mulheres) e 60 anos (homens).
``Não faz sentido separar da
emenda os 5% que estão no topo
da aposentadoria do setor privado'', disse o ministro.
Segundo Stephanes, Inocêncio
havia concordado com seus argumentos anteontem.
Depois do encontro com Stephanes, Inocêncio reafirmou a negociação do governo para dividir a
emenda da Previdência.
"O presidente apenas recomendou que mantivéssemos o tempo
de contribuição no lugar do tempo
de serviço para efeito de aposentadoria'', disse o líder anteontem à
noite.
Procurado ontem pela Folha,
Inocêncio Oliveira estava em trânsito para sua fazenda no Maranhão.
O porta-voz da Presidência da
República, Sergio Amaral, negou
ontem que a iniciativa da proposta
de divisão da emenda da Previdência seja do governo.
Amaral reafirmou as declarações
de Stephanes, dizendo que cabe ao
ministro da Previdência se pronunciar sobre o assunto.
(DENISE MADUEÑO e
WILLIAN FRANÇA)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|