São Paulo, sexta, 28 de março de 1997.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PREVIDÊNCIA
Ministro diverge de Inocêncio
Stephanes contesta divisão de emenda

da Sucursal de Brasília

O ministro da Previdência, Reinhold Stephanes, reagiu ontem às declarações do líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), que defendeu a divisão em duas da proposta de reforma da Previdência, criando uma divergência entre os articuladores do próprio governo.
O ministro considerou ``sem sentido'' a negociação anunciada ontem por Inocêncio para modificar apenas a aposentadoria do setor público, dentro da emenda de reforma da Previdência.
As regras para os trabalhadores da iniciativa privada ficariam para ser votadas em data não-determinada. A emenda da Previdência, aprovada no ano passado pela Câmara, está em tramitação no Senado.
Stephanes negou que a proposta seja de iniciativa do governo, como declarou o líder do PFL, mesmo partido do ministro. "O único interlocutor do governo nessa área sou eu'', disse Stephanes.
O ministro, assim como Inocêncio, afirmou que tem o apoio do presidente Fernando Henrique Cardoso.

5% do setor privado
De acordo com Stephanes, a reforma da Previdência atinge apenas 5% dos trabalhadores do setor privado com a introdução do limite de idade para aposentadoria, como pretende o governo -55 anos (mulheres) e 60 anos (homens).
``Não faz sentido separar da emenda os 5% que estão no topo da aposentadoria do setor privado'', disse o ministro.
Segundo Stephanes, Inocêncio havia concordado com seus argumentos anteontem.
Depois do encontro com Stephanes, Inocêncio reafirmou a negociação do governo para dividir a emenda da Previdência.
"O presidente apenas recomendou que mantivéssemos o tempo de contribuição no lugar do tempo de serviço para efeito de aposentadoria'', disse o líder anteontem à noite.
Procurado ontem pela Folha, Inocêncio Oliveira estava em trânsito para sua fazenda no Maranhão.
O porta-voz da Presidência da República, Sergio Amaral, negou ontem que a iniciativa da proposta de divisão da emenda da Previdência seja do governo.
Amaral reafirmou as declarações de Stephanes, dizendo que cabe ao ministro da Previdência se pronunciar sobre o assunto.
(DENISE MADUEÑO e WILLIAN FRANÇA)

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright 1997 Empresa Folha da Manhã