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São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2003

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PT inicia movimento pela expulsão de Babá

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ala moderada da bancada de deputados federais do PT iniciou movimento contra os radicais do partido que pode chegar à expulsão do Deputado Babá (PA) e até de outros petistas. Esse grupo avalia que deve assumir a linha de frente da luta contra os radicais para evitar desgaste do governo.
Segundo a Folha apurou, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Casa Civil, José Dirceu, avalizam o endurecimento dos moderados. Objetivos: não permitir voto contra projetos de interesse do governo no Congresso e evitar a imagem de perda de controle sobre o PT.
O movimento ganhou força ontem com a atitude de Babá na sessão da Câmara. Ele subiu à tribuna e começou a ler um discurso que atacava a proposta de regulamentação do sistema financeiro, principalmente a autonomia do BC: "Um Banco Central conivente, um balcão de interesses dos bancos privados, um governo que é dos banqueiros, que quer ajudar apenas o sistema financeiro".
Ao final, Babá esclareceu que aquelas não eram palavras suas. "O discurso que acabo de ler não é meu. É do atual ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, proferido em agosto de 2001, seguindo os preceitos históricos do PT."
Atualmente, de concreto, há uma representação contra Babá encaminhada à liderança da bancada. Outra representação estava sendo preparada ontem pelo vice-líder da bancada, Professor Luizinho (SP). As duas deverão ser submetidas à Executiva do PT. Babá será chamado a dar explicações e pode ser punido.
Os moderados priorizam Babá porque ele é quem mais ataca o governo publicamente e por avaliarem que radicais como Luciana Genro (RS) e Lindberg Farias (RJ) recuarão com o endurecimento.
"O PT permite todo tipo de discussão, mas tem de funcionar por decisão da maioria e não imposição de minoria, como quer Babá. Ele assume o risco de ser expulso buscando holofotes para acúmulo pessoal ou para liderar uma outra força política", disse Luizinho.


Colaborou RANIER BRAGON, da Sucursal de Brasília


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