DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), anunciou ontem um corte de R$ 2,47 bilhões -12,7% do Orçamento de 2003- nos gastos do Executivo mineiro para zerar o déficit fiscal projetado para este ano.
O Estado tem tido déficits mensais de cerca de R$ 200 milhões, em confronto direto com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Por conta disso, quase todas as portas dos órgãos internacionais de financiamento estão fechadas para Minas. Paralelamente ao ajuste fiscal, Aécio vem fazendo gestões políticas para, desde já, "desengavetar", conforme disse, os projetos mineiros no Banco Mundial e no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Ele quer manter tudo encaminhado para que, a partir de 2004, quando puder anunciar o déficit zero, os recursos externos voltem. Já estariam encaminhados projetos que somam R$ 1 bilhão.
Aécio criticou seu antecessor, Itamar Franco, que em 1999 declarou moratória à União. "A moratória mineira trouxe um distanciamento muito grande do Estado desses organismos."
Até agora, a economia conseguida com redução e fusão de secretarias, extinção de cargos, corte no custeio e realocação de servidores é de cerca de R$ 800 milhões. No próximo dia 1º, o "Diário Oficial" do Estado anuncia paralisação ou suspensão de obras que somam R$ 1,3 bilhão. A área política do governo, conforme apurou a Agência Folha, espera reclamações por causa dos cortes. (PAULO PEIXOTO)


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