São Paulo, domingo, 28 de março de 2004

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PAINEL

Dia da faxina
Está no forno do governo uma reforma de monta no comando de suas principais empresas. Congelada há tempo, volta ao cardápio a substituição de Carlos Lessa no BNDES. Também estão na berlinda os presidentes da Eletrobras, Eletronorte, Embrapa e até da Petrobras.

Gota d'água
A idéia de promover mudança nas estatais ganhou força com o anúncio, na sexta-feira, de que elas registraram em fevereiro o pior resultado fiscal desde 1991.

Dilema de sempre
Entre os cotados para demissão, José Eduardo Dutra é a principal dúvida de Lula. Seu desempenho à frente da Petrobras desagrada ao Planalto. Mas o presidente, como de hábito, ainda busca maneira de preservar o petista, derrotado na eleição para o governo de Sergipe.

Louco para tudo
A extraordinária beleza do Rio não cativou José Eduardo Dutra. Instalado na cidade, onde fica a sede da empresa, ele diz ter saudades dos tempos de parlamentar. Vive ligado na TV Senado.

Pegos na onda
O ímpeto mudancista de Lula pode atingir ainda diretorias do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Mas os presidentes dos bancos, Cássio Casseb e Jorge Mattoso, permanecem firmes em seus cargos.

Chá de povo
Contra pesquisas de resultado incômodo, tome contato -monitorado, é claro- com a população de renda mais baixa. Depois de visitar a cidade mineira de Itinga na sexta-feira, Lula irá amanhã ao ABC paulista.

Chance perdida
Em conversa com os mais próximas, o presidente confessou um único arrependimento. Acha que deveria ter sido mais duro com Guido Mantega e Roberto Rodrigues -e eventualmente rifado um dos dois.

Omissão sugestiva
A medida provisória que amplia o escopo dos casos analisados pela Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos foi publicada sem o trecho no qual se estabelecia que "autoridades civis e militares prestarão as informações necessárias à comissão".

Até nunca mais
Encerrado o período de três meses ao fim do qual um grupo interministerial deveria apresentar informações à Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos do Ministério da Justiça, um decreto deu mais 120 dias de prazo para que isso aconteça. Sem aviso prévio à comissão.

Reconhecimento externo
A ONU selecionou o Estatuto do Desarmamento brasileiro como um modelo a ser adotado por outros países para o controle de armas. O texto foi apresentado à organização pelo secretário nacional da Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa.

"Air autoridade"
A FAB vai receber dois novos aviões, que serão entregues ao BNDES por uma empresa que teve dívida executada. Os dois Brasília farão companhia a outro avião do mesmo modelo e a um Lear 55 no transporte de ministros, senadores e deputados.

O barquinho vai
Durante visita ao Maranhão, o ministro Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia) prometeu financiamento a um grupo de 200 carpinteiros navais de São Luís. Eles fabricam artesanalmente embarcações com capacidade para até 20 pessoas.

Outro rumo
Postulante à presidência da Fundação Padre Anchieta, Marcos Mendonça afirma ter bom relacionamento com Jorge da Cunha Lima, no cargo desde 1995. Atribui sua candidatura à "percepção de necessidade de mudança de rumo na TV Cultura", mantida pela fundação.

TIROTEIO

Da deputada federal petista Maninha (DF), sobre o encontro do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, com o ditador líbio, Muammar Gaddafi:
-Fernando Henrique criticou Lula por ter se encontrado com o Gaddafi. Quero ver se ele agora ele vai criticar seu colega de Terceira Via por ter entrado na tenda do líder líbio.

CONTRAPONTO

Homens de boa vontade

Na quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado votou a proposta de reforma da Previdência, relatada pelo senador pefelista José Jorge.
O clima entre governistas e representantes da oposição era tenso, em razão do ataque desferido na véspera contra os tucanos pelo ministro José Dirceu.
No entanto, ao longo da sessão na CCJ, a tensão foi se desfazendo. Habitualmente em litígio, os líderes do governo, Aloizio Mercadante, e do PSDB, Arthur Virgílio, resolveram concordar a respeito de quase tudo.
Quando, pela terceira vez, o tucano fez um encaminhamento de votação idêntico ao do petista, resolveu cutucá-lo:
-É estranho concordar tanto com o Mercadante.
Imediatamente, o governista devolveu a provocação:
-Isso só reforça a minha convicção de que o ser humano sempre pode evoluir.


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