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ELEIÇÕES 2004
Avaliação positiva da prefeita cai de 32% para 22% em três meses; cresce preocupação com efeito das chuvas
Enchentes reduzem aprovação de Marta
DA REPORTAGEM LOCAL
As enchentes em São Paulo levaram por água abaixo dez pontos percentuais da avaliação positiva da prefeita Marta Suplicy
(PT), mostra pesquisa Datafolha.
O total de paulistanos que aprovavam a administração de Marta
despencou de 32%, em dezembro
de 2003, para 22%, em pesquisa
realizada na última quinta-feira.
A razão é clara: em três meses
saltou de 5% para 15% o percentual dos que apontam as enchentes como o maior problema de
São Paulo. No começo deste ano,
a prefeitura calculou em ao menos 580 o número de ruas do município que sofreram alagamentos causados pela chuva.
Mas a questão das cheias ainda
fica atrás do desemprego, apontando como maior problema do
município por 23% dos entrevistados pelo Datafolha.
Reprovação
A gestão de Marta é reprovada
por 38% dos paulistanos, uma oscilação positiva de dois pontos
percentuais na comparação com
dezembro do ano passado, quando 36% apontavam a administração com ruim ou péssima.
O índice dos que classificam a
prefeita como regular aumentou
de 31% para 39%, na comparação
com o levantamento anterior.
Em março de 2003, também
após o período de chuvas, a avaliação positiva de Marta chegou
ao seu pior índice (20%). Como a
margem de erro é de três pontos
percentuais, Marta está próxima
de seu pior índice de aprovação.
As mulheres (queda de 11 pontos em ótimo ou bom), os mais jovens (redução de 15 pontos), os
que têm até o ensino fundamental
(11 pontos a menos) e os de menor renda (também 11 pontos) foram os que mais se decepcionaram com a prefeita na comparação com o levantamento anterior.
Os alagamentos fizeram o paulistano preocupar-se menos até
com um de seus problemas mais
recorrentes, a segurança. Em dezembro do ano passado, 24%
apontavam a criminalidade como
o maior problema. Agora, passaram a ser 14%, colocando a violência em terceiro no ranking,
atrás de desemprego e enchentes.
É o mais baixo índice que a segurança atinge na preocupação dos
paulistanos, desde abril de 2001,
quando, em agosto, atingiu 33%.
As maiores taxas de reprovação
a Marta vêm dos mais velhos
(42%), dos que têm formação superior (44%) e dos que recebem
entre cinco e dez salários mínimos (45%). Por região da cidade,
as zonas sul e leste, com 40%, têm
as maiores taxas de reprovação.
A nota média dada a Marta foi
de 4,8, oscilação pequena em relação a dezembro de 2003 (4,9).
Apesar da contestação à sua administração, o desempenho pessoal de Marta segue bem avaliado:
para 34%, é ótimo ou bom, oscilação negativa de um ponto percentual em relação a dezembro.
Para 26% esse desempenho é
ruim ou péssimo, outra oscilação
negativa de um ponto percentual.
Para 33%, é regular.
Preocupação
O desemprego como principal
problema de São Paulo preocupa
mais as mulheres, os mais jovens,
os que têm até o ensino fundamental e que ganham até cinco salários mínimos, ou R$ 1.200.
As enchentes preocupam mais
os moradores das zonas leste e
oeste de São Paulo e os mais velhos, mostra a pesquisa.
Quando questionados sobre a
área em que pior se sai a administração Marta, 11% apontam a saúde -três pontos percentuais a
mais do que em dezembro -e
10% o transporte coletivo -oscilação negativa de um ponto.
Dos entrevistados na semana
passada, 4% apontaram impostos
e taxas como área de pior desempenho da prefeitura, percentual
que coloca o tema como o sétimo
na lista geral. Em dezembro, as
menções a impostos e taxas não
atingiam 1%. O aumento de quatro pontos percentuais foi o maior
registrado entre todos os temas.
Escolas-modelo
A educação segue como maior
vitrine positiva da gestão Marta,
mas houve uma queda de seis
pontos percentuais entre os que a
apontam como área de melhor
desempenho. Em dezembro, educação, escolas e creches eram o
destaque administrativo para
34% dos ouvidos. Esse índice recuou para 28%. Transporte coletivo fica em segundo (11%).
A principal política de Marta
para a educação é a construção de
escolas-modelo batizadas Centro
Educacional Unificado. Foram alvo de intensa campanha publicitária e há uma série de inaugurações programadas durante este
ano eleitoral, em especial em bairros da periferia.
(PLÍNIO FRAGA)
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