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MINISTÉRIO PÚBLICO
Nomeação de procurador-geral acontece antes de governador sair
Alckmin dá novo mandato a Pinho na Promotoria de SP
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), assinou
na tarde de ontem a nomeação de
Rodrigo César Rebello Pinho, 49,
que foi reconduzido para o cargo
de procurador-geral de Justiça do
Estado por mais dois anos.
Pinho obteve 988 votos (61,8%)
de procuradores e de promotores
de Justiça de todo o Estado. Conseguiu uma vantagem de 398 votos em relação ao segundo colocado, o também procurador Luís
Daniel Cintra.
Por ter sido o mais votado, Pinho encabeçou uma lista tríplice
que foi levada ao governador na
noite de sábado, logo após o término da apuração. Alckmin, que
renunciará ao cargo nesta semana
para disputar a Presidência, disse
que queria escolher o próximo
chefe do Ministério Público.
"Escolhi o procurador Rodrigo
Pinho, primeiro, pela qualidade e
pela seriedade do trabalho dele no
Ministério Público. Segundo, em
respeito à própria escolha da instituição", afirmou ontem Alckmin. A nomeação será publicada
hoje no "Diário Oficial".
O procurador-geral de Justiça
tem atribuição exclusiva de apresentar processos contra governadores, prefeitos e secretários estaduais acusados de dano ao patrimônio público. Ele tem uma posição estratégica na apuração de danos ao patrimônio público.
Além disso, o procurador-geral
é chefe máximo de uma instituição que ganhou poderes amplos
com a Constituição de 1988. Entre
as atribuições do Ministério Público estão a defesa do meio ambiente, da juventude, do consumidor, dos índios, do patrimônio
histórico, artístico e cultural.
Pinho tomará posse internamente amanhã. A cerimônia solene ainda não foi agendada.
Continuidade
A recondução de Pinho à chefia
do Ministério Público de São Paulo faz parte de um movimento
identificado com o ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo
Luiz Antonio Guimarães Marrey
e que está na cúpula da instituição
desde 1996, quando Marrey teve o
seu primeiro mandato.
Marrey hoje é secretário municipal de Assuntos Jurídicos do
prefeito José Serra (PSDB).
Por três vezes, Marrey foi nomeado procurador-geral de Justiça de São Paulo (1996, 1998 e
2002). Em 2000, quando não podia mais disputar o cargo, Marrey
apoiou o ex-chefe-de-gabinete José Geraldo Brito Filomeno, que
ganhou a disputa.
Forças
Pinho foi nomeado pela primeira vez em 2004 e também foi chefe-de-gabinete de Marrey.
O mandato de procurador-geral
é de dois anos com direito a uma
recondução ao cargo. Como Pinho foi reeleito, ele não poderá
disputar em 2008.
Para Pinho, a eleição de sábado
é a vitória das "forças democráticas" do Ministério Público. "Da
divergência de idéias que há dentro da instituição, venceram as
forças democráticas, as forças efetivamente comprometidas com a
sociedade e com os direitos humanos", afirmou.
A disputa foi marcada por troca
de acusações e severas críticas ao
atual procurador-geral. Um dos
maiores oposicionistas da recondução de Pinho ao cargo foi o secretário estadual da Segurança
Pública e promotor afastado Saulo de Castro Abreu Filho.
Pinho afirmou que sua vitória
foi contra o grupo que, segundo
ele, se manifesta de forma favorável à absolvição do coronel da reserva da Polícia Militar e deputado estadual Ubiratan Guimarães
no caso conhecido como massacre do Carandiru e que defende a
reintegração do promotor Thales
Ferri Schoedl, acusado de homicídio, aos quadros da entidade.
"Esta eleição foi um reconhecimento pelos dois anos de realizações importantes, como o plano
de reestruturação da carreira em
primeira e em segunda instância e
a criação de um banco de dados
na instituição. Mas ainda tem
muito a ser feito", disse.
Pinho afirmou que, o fato de o
governador indicar o procurador-geral não compromete a independência do órgão. "O Ministério Público sempre fez seu trabalho de forma autônoma e independente", disse.
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