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análise
Lula e Chávez estão arando nos oceanos?
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
Já virou rotina: a cada
três meses, os presidentes
Luiz Inácio Lula da Silva e
Hugo Chávez se reúnem
com a expectativa de fechar um acordo definitivo
sobre a refinaria de Pernambuco e depois se vêem
obrigados a adiar o anúncio por falta de entendimento entre PDVSA e Petrobras. Hoje, o provável é
que a parceria eventualmente se concretize, porém, as dificuldades jogam
ainda mais dúvidas sobre
projetos de integração
mais complexos, como o
Gasoduto do Sul.
Ao negociar com os venezuelanos, a Petrobras
enfrenta o mesmo dilema
que outras multinacionais. Associar-se com a
PDVSA é fazer parceria
com uma empresa politizada, pouco transparente,
de produção e lucros declinantes e uma dívida explosiva -só no ano passado,
aumentou de US$ 3 bilhões para US$ 16 bilhões,
apesar de todo o "boom"
petroleiro.
Por outro lado, as reservas de petróleo venezuelanas estão entre as maiores
do mundo e sobreviverão
mesmo que Chávez cumpra o desejo de ser presidente vitalício. Envolver a
PDVSA em parcerias pode
ser estratégico para o Brasil no longo prazo.
Com o hiato entre o que
Chávez e Lula dizem e o
que se consegue fazer,
projetos como a empresa
Petrosul e o gasoduto da
Venezuela à Argentina,
correm o risco de serem
enterrados no arquivo de
projetos integracionistas
fracassados, onde jaz a
"imperialista" Alca.
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