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Apuração não mira políticos, diz De Sanctis
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz Fausto Martin De
Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, afirmou
ontem, por meio de nota, que a
Operação Castelo de Areia, deflagrada na última quarta-feira,
não investiga políticos, mas
pessoas "com profissões de natureza privada".
A nota foi interpretada como
uma tentativa de o magistrado
não perder o comando da investigação, pois o procedimento subiria para instâncias superiores se envolvesse políticos
com foro privilegiado.
Nomes de senadores e de deputados foram citados por executivos da Camargo Corrêa em
conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal com
autorização judicial.
A polícia informou ainda que,
durante o trabalho de busca e
apreensão nas casas e nos escritórios dos investigados, encontrou uma lista com nomes de
políticos e de funcionários de
órgãos públicos que teriam recebido valores da construtora.
Ontem, advogados de partidos políticos foram ao gabinete
do juiz para apresentar uma explicação sobre o caso.
Senadores telefonaram ao
magistrado para saber do procedimento.
Em nota, De Sanctis informou que "a investigação, desde
seu início, jamais teve por foco
condutas eventualmente perpetradas por ocupantes de cargos públicos ou funções políticas. A investigação apura o suposto cometimento de crimes
apenas de investigados com
profissões de natureza privada", informou De Sanctis.
Sobre as críticas por ter divulgado trechos de sua decisão,
informou que o objetivo era
"evitar distorções ou especulações de qualquer ordem acerca
das atividades deste juízo". Disse que teve a cautela de preservar todos os nomes, inclusive
de terceiras pessoas, citados
nos diálogos.
OAB
O juiz também negou um pedido da seção paulista da OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil) para que fossem desconsiderados os materiais apreendidos nas salas do departamento
jurídico da construtora.
A OAB alegou que com a lei
nº 11.767/2008, que considera
inviolável os escritórios de advocacia, deve ser estendida a
departamentos jurídicos.
De Sanctis rejeitou essa relação. Para ele, essa interpretação pode dar margem para
que uma pessoa investigada ou
a ser investigada utilize o expediente para tornar-se "intocável pela lei".
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