São Paulo, domingo, 28 de abril de 2002

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PAINEL

Mesa-redonda
A Confederação Nacional da Indústria pretende realizar no próximo dia 9, em Brasília, o primeiro encontro entre os presidenciáveis. Os pré-candidatos não debateriam entre si. Teriam 30 minutos para expor suas idéias. Em seguida, responderiam às perguntas da platéia.

Mudar a regra
Na sexta-feira, representantes dos presidenciáveis reuniram-se com a CNI para tratar das regras. Não houve acordo. O de José Serra (PSDB) reivindicou que os pré-candidatos fossem ouvidos em dias diferentes.

Em aberto
Os representantes das campanhas de Lula (PT), Garotinho (PSB) e Ciro (PPS) aceitaram as regras da CNI. Uma nova reunião será realizada durante a semana para tratar do encontro.

Mesma linha
Duda Mendonça vai promover um seminário com os marqueteiros responsáveis pelas campanhas a governador do PT. A idéia é afinar o discurso com a campanha presidencial de Lula e dar um mínimo de padrão à linguagem petista pelo país.

Padrão light
Nenhuma imagem de Lula poderá ir ao ar nos programas dos candidatos do PT nos Estados sem a autorização de Duda. A cúpula do PT quer evitar riscos ao plano de remodelação da imagem do presidenciável. O petista deverá aparecer sempre maquilado, com cabelo bem penteado e usando terno.

Para escanteio
O ex-jogador Sócrates desistiu de sua pré-candidatura a deputado federal pelo PT paulista. Preferiu investir na carreira de comentarista esportivo.

Pressão no ar
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão pressiona senadores a não assinar emendas à proposta que libera a entrada de capital estrangeira nas empresas de mídia. Para evitar o atraso da votação.

Superlotação processual
O Tribunal Superior do Trabalho deve alugar nos próximos dias um quarto prédio em Brasília para abrigar processos. Hoje, há uma fila de 180 mil pendentes de julgamento. Cerca de 60% são de São Paulo.
Longa espera
Um processo que dá entrada hoje no TST, segundo estimativas do próprio tribunal, somente terá condições para ser julgado num prazo de quatro anos.

Disputa tucana
O PSDB de Minas pretende decidir até o dia 5 de maio o seu candidato ao governo: Aécio Neves ou Eduardo Azeredo. O partido está ouvindo prefeitos, parlamentares e filiados.

Nome da cúpula
Azeredo é o mais bem colocado nas pesquisas. Aécio, por sua vez, tem mais apoio na máquina do partido. O último a aderir à pré-candidatura do presidente da Câmara foi Pimenta da Veiga, coordenador da campanha presidencial de Serra.

Condenação moral
A Justiça condenou o governo do Paraná a pagar duas indenizações à família do trabalhador rural sem terra Diniz Bento da Silva, conhecido como Teixeirinha. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, é a primeira vez que um Estado é condenado pela morte de um sem-terra.

Vingança policial
O governo do PR recorreu da decisão. Teixeirinha, segundo a acusação, teria sido assassinado por PMs em 93. Policiais o responsabilizavam pela morte de colegas. A sentença determina o pagamento à família do sem-terra de R$ 150 mil de indenização por dano moral e 4,5 salários mínimos por danos materiais.

De qualquer jeito
Cláudio Lembo (PFL-SP) e Edson Aparecido (PSDB-SP) se reunirão na próxima semana para acertar os detalhes do apoio dos pefelistas à reeleição de Geraldo Alckmin.

TIROTEIO

Do senador Jefferson Péres (PDT-AM), sobre os balanços inflados da reforma agrária do governo FHC:
- O Brasil às vezes parece uma republiqueta. Quando tudo indica que estamos no limiar do primeiro mundo, descobrimos esse tipo de coisa.

CONTRAPONTO

Nada a declarar

José Serra deixou, no fim de fevereiro, o Ministério da Saúde para reassumir sua cadeira no Senado. No dia da volta, telefonou mais de dez vezes para o líder do PSDB, Geraldo Mello (RN). Queria um plano para escapar do assédio da imprensa.
O plano foi traçado por Mello e pela chefe do cerimonial do presidenciável, Diala Vidal.
Serra entrou de carro pelos fundos do Congresso e chegou ao gabinete sem ser notado.
Em seguida, ligou para Mello, que organizou uma escolta a fim de levá-lo ao plenário.
Com Artur da Távola (RJ) e Teotônio Vilela (AL), o líder do PSDB foi ao gabinete buscar Serra. No corredor, uma multidão de jornalistas barrava a passagem dos senadores. Aos trancos, entraram na ante-sala de Serra. Ao ver a chefe do cerimonial, Mello deu a má notícia:
- Diala, nosso primeiro plano secreto foi um fracasso!



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