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São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 2003

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PAINEL

Canto de sereia
Os tucanos Aécio Neves (MG) e Geraldo Alckmin (SP) pediram a FHC que tente convencer José Serra a disputar a Prefeitura de São Paulo no ano que vem. O argumento oficial dos governadores é o de que o partido tem de colocar seus melhores quadros na disputa nas capitais.

Presente de grego
O grupo de Serra no PSDB avalia que a real intenção dos governadores é retirá-lo do caminho da sucessão de 2006. Se vencesse Marta, o tucano acabaria ficando em SP. Perdendo, estaria enterrado politicamente. Serra já mandou avisar aos governadores que não cai nessa.

Banco de reserva
Antonio Palocci Filho retirou o banco da frente do carro oficial do Ministério da Fazenda, para poder circular com sua perna quebrada esticada. Um dos três assessores que acompanham o ministro agora tem que andar a pé ou de carona.

Justiça lenta
A crítica pública de Lula à "caixa-preta" do Judiciário parece não ter sensibilizado a bancada petista. O partido ainda não indicou os membros para a comissão especial sobre a reforma do Judiciário. Detalhe: a comissão foi criada no dia 2 de abril.

Reação em cadeia
Cesar Maia propôs a Rosinha o empréstimo de R$ 100 mi a fundo perdido para a construção de presídios. E aproveitou para alfinetar Lula: "Quando olho o Fundo Nacional de Segurança Pública, que tem R$ 800 mi para o Brasil todo, não sei se rio, choro ou fico com raiva".

Ato falho
Anthony Garotinho (PSB) disse na reunião com a bancada do Rio de Janeiro que não decidiu se disputará novamente a Presidência em 2006. Em seguida, caiu em contradição: "Se eu não for um bom secretário da Segurança, como posso querer ser presidente da República?".

Dosagem reduzida
O Ministério da Saúde quer cortar 50% dos recursos que teria de aplicar no programa de combate à Aids em presídios. Pelo convênio interministerial firmado, a Saúde teria de aplicar R$ 12 milhões e a Justiça destinaria R$ 8 milhões em 2003.

Bola a levantar
Lula recomendou ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social que passe a debater temas atuais, como a violência urbana e a política externa brasileira, a fim de auxiliar o Planalto e o Congresso na elaboração de novos projetos e na busca de apoio popular ao governo.

Agenda perdida
Com o pedido de Lula, Tarso Genro deve mudar a pauta do conselho, que só deveria se reunir novamente para tratar das reformas política e trabalhista. A intenção do presidente é manter o órgão atuante, para que uma das bandeiras de sua campanha não fique encostada.

Vizinhança resistente
A Previdência pretende realizar fora de Brasília os principais debates sobre a reforma. A alegação é que a capital tem a maior concentração de funcionários públicos, categoria que mais se opõe às mudanças.

Barbas aparadas
Enéas Carneiro (Prona) fez uma palestra na semana passada para a bancada do PP (ex-PPB). É mais uma etapa da aproximação das duas siglas, que pode acabar em fusão.

Troca de piso
O Ministério dos Transportes pretende substituir o asfalto das rodovias federais por concreto. O primeiro trecho, de 200 km, a ganhar a nova cobertura será a BR-262, que liga Miranda a Corumbá (MS), no Pantanal.

Mau uso da máquina
A Funai abriu sindicância contra uma antiga administradora do órgão no Maranhão. Ela é acusada de usar R$ 8.000 em verbas do órgão para consertar o motor de seu carro particular.

TIROTEIO

De Renan Calheiros, sobre as negociações para a entrada do PMDB na base de apoio de Lula:
- Não podemos ser tratados como concubinas. Temos de entrar como noivas, de braços dados e pela porta da frente.

CONTRAPONTO

Linha cruzada

O deputado estadual Gervásio Raimundo (PTB) é um dos mais folclóricos políticos de Alagoas. Ele usa dois telefones celulares.
Na semana passada, Raimundo estava no plenário e um dos celulares tocou. Era um cabo eleitoral, a quem o deputado havia prometido um jogo de camisas de futebol, reclamando que a encomenda não havia chegado.
- Eu já mandei entregar as camisas. Vou ver o que aconteceu -desculpou-se o deputado.
Enquanto isso, tocou o outro celular. Raimundo pediu para o cabo eleitoral aguardar na linha. Era o dono da confecção.
- Estamos falando de você agora- disse o deputado.
- As camisas estão prontas, mas eu não sei qual é o endereço- alegou o empresário.
A sugestão de Raimundo fez seus colegas gargalharem:
- Combine agora com o rapaz- disse ao comerciante. E encostou um celular no outro.


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