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SINDICALISMO
Em documento, entidade defende debate de pontos polêmicos
CUT-SP pede tempo para reformas
CLAUDIO LIZA JUNIOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
A CUT-SP (Central Única dos
Trabalhadores) aprovou ontem
um documento em que pede ao
governo que não apresente a proposta da reforma da Previdência
para o Congresso na próxima
quarta-feira.
A central quer mais tempo para
que sejam discutidos pontos divergentes da proposta, como o teto da aposentadoria -para os representantes da entidade deveria
ser de 20 salários mínimos- e a
cobrança dos inativos. No plano,
estão previstas também caravanas a Brasília a partir de hoje.
O texto foi concluído durante o
10º Congresso da CUT-SP, realizado anteontem em São Pedro
(198 km de São Paulo), em que foi
eleito o novo presidente estadual
da entidade, o químico Edilson de
Paula Oliveira, 39, ex-presidente
da Confederação Nacional dos
Químicos de São Paulo.
Oliveira diz acreditar que "o que
governo falou até agora sobre a
reforma da Previdência não passa
de ensaio". Ele acha que o governo só vai apresentar o texto integral da reforma após discutir com
os trabalhadores. "Lula deixou
claro que não ia tomar uma posição sem voltar a conversar com as
centrais [sindicais]."
Segundo Oliveira, esse 1º de
Maio vai ter "um perfil mais propositivo que de protesto, já que
hoje nós temos, no governo federal, uma política de diálogo com a
sociedade. Isso não quer dizer que
nós somos governo, nós temos
responsabilidades por esse governo, mas nós só o apoiaremos no
que acharmos positivo para nós".
Ele defende também que não
haja pressão sobre o governo no
início do mandato e que os trabalhadores não adotem já uma postura crítica. "Não dá para chegar e
mudar tudo de uma vez. Um choque, como muitos defendem, poderia fazer do Brasil uma nova Argentina", disse Oliveira.
O presidente eleito defende que
o sindicato tenha posturas diferenciadas diante dos governos de
Geraldo Alckmin (PSDB) e Luiz
Inácio Lula da Silva, isso porque
Lula teria crédito pelo seu passado e pelo fato de estar propondo
diálogo com a sociedade.
Segundo ele, o governo Alckmin não dialoga com os trabalhadores. "A partir de agora, nós vamos cobrar uma audiência com o
governador para abrir um diálogo, porque isso nunca ocorreu
nesse governo", afirmou.
A principal reivindicação em relação ao governo estadual é que
também sejam iniciadas as reformas no Estado.
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