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Quem saiu se deu mal, diz petista
HENRI CARRIÈRES
FREE LANCE PARA A FOLHA
Ao afirmar que o partido vive
um momento "efervescente", o
presidente nacional do PT, José
Genoino, mandou um recado para os parlamentares petistas que
ameaçam votar contra as reformas: "A história do PT mostra
que quem o contrariou não teve
muito sucesso político".
Segundo Genoino, enquanto se
tratar apenas de debate, as divergências podem existir. Depois,
porém, as divergências devem dar
lugar à "unidade de ação". "O que
importa é na hora de votar. O PT
não pode negar apoio ao Lula",
disse, durante reunião do diretório petista do Rio de Janeiro.
Em 1997, sem espaço no partido, a ex-prefeita Luiza Erundina
rompeu com o PT após a oposição interna em sua administração
(89-92), a participação no ministério do governo Itamar Franco e
a campanha derrotada para a Prefeitura de São Paulo em 96, na
qual usou o slogan "O PT que diz
sim". Em 2000, já no PSB, partido
pelo qual é deputada federal, foi
derrotada no primeiro turno em
nova disputa pela prefeitura.
Genoino afirmou ontem também que, para vencer a resistência
que tem enfrentado dentro do
próprio PT para conseguir um
acordo em torno das reformas tributária e da Previdência, o governo está disposto a "radicalizar"
numa e "negociar" na outra.
A intenção é compensar na reforma tributária aqueles que forem prejudicados pela reforma da
Previdência. "Na reforma tributária, nós vamos aliviar os assalariados e o setor produtivo para ter
um imposto mais progressivo sobre outras camadas mais privilegiadas da população", disse.
Sobre a taxação dos inativos, o
petista disse que se trata de "uma
questão de justiça social" e o governo não vai ceder nesse ponto.
Genoino citou também outro
motivo do governo para manter a
taxação: ela já foi objeto de acordo
de Lula com os governadores.
Referindo-se à Previdência como uma "caixa-preta de privilégios", Genoino defendeu o estabelecimento de um teto de R$
12.700 a valer já para os servidores
públicos ainda em atividade.
Saturnino
Voto favorável nas reformas
previdenciária e tributária, o senador Saturnino Braga (PT-RJ)
disse ontem que o partido pode
não chegar inteiro à votação. Segundo ele, é natural que a insatisfação de alguns petistas com o governo termine em divórcio.
"Há um grupo de parlamentares muito pequeno que está mostrando uma insatisfação geral
com a vida partidária. Em todos
os partidos há dissidências e pessoas que se deslocam para outras
legendas, e isso pode acontecer
também no PT, mas acredito que
será um número ínfimo", disse.
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