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São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 2003

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Quem saiu se deu mal, diz petista

HENRI CARRIÈRES
FREE LANCE PARA A FOLHA

Ao afirmar que o partido vive um momento "efervescente", o presidente nacional do PT, José Genoino, mandou um recado para os parlamentares petistas que ameaçam votar contra as reformas: "A história do PT mostra que quem o contrariou não teve muito sucesso político".
Segundo Genoino, enquanto se tratar apenas de debate, as divergências podem existir. Depois, porém, as divergências devem dar lugar à "unidade de ação". "O que importa é na hora de votar. O PT não pode negar apoio ao Lula", disse, durante reunião do diretório petista do Rio de Janeiro.
Em 1997, sem espaço no partido, a ex-prefeita Luiza Erundina rompeu com o PT após a oposição interna em sua administração (89-92), a participação no ministério do governo Itamar Franco e a campanha derrotada para a Prefeitura de São Paulo em 96, na qual usou o slogan "O PT que diz sim". Em 2000, já no PSB, partido pelo qual é deputada federal, foi derrotada no primeiro turno em nova disputa pela prefeitura.
Genoino afirmou ontem também que, para vencer a resistência que tem enfrentado dentro do próprio PT para conseguir um acordo em torno das reformas tributária e da Previdência, o governo está disposto a "radicalizar" numa e "negociar" na outra.
A intenção é compensar na reforma tributária aqueles que forem prejudicados pela reforma da Previdência. "Na reforma tributária, nós vamos aliviar os assalariados e o setor produtivo para ter um imposto mais progressivo sobre outras camadas mais privilegiadas da população", disse.
Sobre a taxação dos inativos, o petista disse que se trata de "uma questão de justiça social" e o governo não vai ceder nesse ponto.
Genoino citou também outro motivo do governo para manter a taxação: ela já foi objeto de acordo de Lula com os governadores.
Referindo-se à Previdência como uma "caixa-preta de privilégios", Genoino defendeu o estabelecimento de um teto de R$ 12.700 a valer já para os servidores públicos ainda em atividade.

Saturnino
Voto favorável nas reformas previdenciária e tributária, o senador Saturnino Braga (PT-RJ) disse ontem que o partido pode não chegar inteiro à votação. Segundo ele, é natural que a insatisfação de alguns petistas com o governo termine em divórcio.
"Há um grupo de parlamentares muito pequeno que está mostrando uma insatisfação geral com a vida partidária. Em todos os partidos há dissidências e pessoas que se deslocam para outras legendas, e isso pode acontecer também no PT, mas acredito que será um número ínfimo", disse.


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