São Paulo, quinta-feira, 28 de abril de 2005

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PAINEL

Coro dos contrários
Em jantar na embaixada brasileira em Washington, o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) tratou como "maluquice" e "imbecilidade" a idéia do colega Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) de mudar os índices de produtividade no campo para fins de desapropriação.

Sem trégua
A esquerda do PT na Câmara aprovará na terça requerimento para que a bancada exija explicações do ministro peemedebista Romero Jucá (Previdência), atolado em acusações de desvio de recursos públicos.

Braços cruzados
Fracassou a tentativa de acordo para votar a reforma tributária. Governadores e oposição rejeitaram a proposta de composição do Fundo de Participação dos Estados. Com isso, a ordem no governo é manter a Câmara em "obstrução permanente".

Forçando a porta
O PFL tenta driblar a operação-padrão imposta pelo governo. José Carlos Aleluia (BA) pediu parecer para definir se a Câmara pode votar, mesmo com a pauta trancada, a cassação de André Luiz (RJ) e a indicação da Casa para ministro do TCU.

Nepotismo monetário
De um petista sobre Severino Cavalcanti, para quem a Câmara deveria ser ouvida nas decisões sobre juros: "Era o que faltava. Na certa ele quer indicar um parente também para o Copom".

Triangulação 1
Os trabalhadores do Judiciário Federal no RN apontam "nepotismo cruzado" entre a governadora Vilma Faria (PSB), a presidente do TRT, Maria de Lourdes Alves Leite, e o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PSB).

Triangulação 2
O irmão da desembargadora, Reginaldo Oliveira, foi indicado secretário de Trânsito de Natal no lugar do irmão da governadora, Nelson de Faria, que, por sua vez, ganhou vaga no TRT.

Frente fria
O fim da verticalização das coligações, até recentemente dado como certo, vai ganhando adversários de expressão. Agora, além do PT e de parcela do PSDB, já existe no PFL quem ache melhor manter o veto a alianças regionais diferentes da que for selada no plano federal.

Visto negado
Anthony Garotinho tentou obter espaço no horário televisivo do PMDB de São Paulo. O pedido foi polidamente recusado, sob o argumento de que o partido ainda não decidiu quem será seu candidato à Presidência.

Bola cantada
Principal adversário do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), em 2004, o deputado estadual João Leite deixou ontem o PSB, cuja direção decidiu assumir a aliança histórica com os petistas. Pode voltar ao PSDB, que o apoiou na eleição.

Asilo suave
O comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, emprestou dois dos seus taifeiros pessoais para servirem à família de Lucio Gutiérrez enquanto o presidente deposto do Equador estiver em Brasília.

Visitas à Folha
João Pedro Stedile, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Ney Strozake, do setor de direitos humanos do MST, Plínio de Arruda Sampaio, consultor da FAO e presidente da Abra (Associação Brasileira de Reforma Agrária), e Fábio Konder Comparato, professor titular da Faculdade de Direito da USP, visitaram ontem a Folha.
 

Paulo Roberto de Godoy Pereira, presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústria de Base), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Ralph Lima Terra, vice-presidente executivo da Abdib, e de José Casadei, da Retoque Jornalismo.

TIROTEIO

Do líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), sobre a participação especial do ministro-chefe da Casa Civil em missões de política externa:
-Com José Dirceu desempenhando o papel de chanceler informal de Lula, é grande o risco de o Brasil se envolver em uma crise diplomática.

CONTRAPONTO

Caminho das pedras

Em 1984, Michel Temer era procurador-geral do Estado de São Paulo quando foi convidado pelo governador Franco Montoro, então no PMDB, a assumir a Secretaria de Segurança Pública.
Temer, que era professor de direito constitucional, a princípio argumentou que, talvez, não fosse o melhor nome.
-Gostaria de poder ajudá-lo, mas não tenho muita experiência nessa área, governador.
Montoro estava firme:
-Tenho certeza de que você dá conta do recado.
Reticente, Temer insistiu:
-Nem sei onde é a secretaria.
Nem assim conseguiu convencer o governador:
-Isso aí o Miguelzinho te ensina-, disse, referindo-se ao jurista Miguel Reale Jr., a quem Temer iria substituir.
Vencido, o "calouro" aceitou o convite e ficou no cargo até 1986, quando foi eleito deputado federal pela primeira vez.


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