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Rosinha multiplica por 14 verba de fundação
DA SUCURSAL DO RIO
De 2003 a 2006, o governo do
Rio multiplicou por 14 o orçamento da Fundação Escola de
Serviço Público (Fesp), que contratou sem licitação institutos e
fundações suspeitas -algumas
das quais doaram dinheiro para a
pré-campanha de Anthony Garotinho (PMDB), marido da governadora Rosinha Matheus.
De R$ 16,8 milhões previstos para 2003, primeiro ano da gestão
Rosinha, o montante inicial da
Fesp subiu para R$ 235,8 milhões
em 2006, ano em que Garotinho
deseja disputar a Presidência.
O valor corresponde a 0,7% do
Orçamento estadual de 2006, que
é de R$ 35 bilhões.
O governo do Rio informou que
os contratos assumidos pela Fesp
pertenciam antes a outras secretarias. Na administração Rosinha,
passaram a ser centralizados na
Fesp. Daí o grande aumento.
Até o dia 25, já haviam sido liquidados R$ 42,8 milhões, conforme levantamento do Siafem
(Sistema de Administração Financeira para Estados e Municípios), feito pelo gabinete do deputado Alessandro Molon (PT).
Nestes quatro anos, a Fesp concentrou R$ 573,4 milhões em gastos, somados os R$ 235,8 milhões
previstos para este ano. Entre
2004 e 2006, 92% das contratações
ou convênios patrocinados pela
Fesp foram feitos sem licitação.
"Considero extremamente suspeito o fato de empresas de doadores da pré-campanha terem sido presenteadas com contratos
sem licitação, que atingiram somas tão vultosas", disse Molon.
O aumento aconteceu por meio
de remanejamentos -de 8,5 vezes, como em 2004. O aumento da
dotação inicial para "capacitação,
atualização e qualificação do servidor público", por exemplo, chegou a variar 1.034% em 2003 -de
R$ 1,49 milhão para 16,9 milhões.
O grande salto em valores absolutos nos gastos, porém, aconteceu no ano passado, quando a dotação inicial de R$ 68,7 milhões se
transformou em R$ 221,5 milhões
no fim do exercício, representando aumento de 3,3 vezes.
Em todos os anos verificados a
partir do levantamento no Siafem, o maior volume de gastos
aparece sob a rubrica de "outros
serviços de terceiros - pessoa jurídica", o que indica contratação de
institutos e fundações.
Até terça-feira, por exemplo, R$
40,6 milhões (95%) dos R$ 42,8
milhões já liquidados este ano se
encaixavam nesse caso. Em 2005,
foram R$ 212,1 milhões (96%) dos
R$ 221,4 milhões liquidados. O
mesmo aconteceu em 2004 e
2003, quando os gastos com serviços de terceiros correspondeu a
86% e 74%, respectivamente.
A Fesp é presidida por Paulo
Sérgio Costa Lima Marques. A entidade é subordinada à Secretaria
de Administração do Estado, ocupada por Sheila de Mello. Antes, o
cargo era ocupado por Rogério
Vargas, ex-presidente da Loterj.
A Fesp informou que Lima
Marques estava em viagem e não
falaria com a reportagem.
(RG)
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