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OAB acusa movimentos de golpismo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil), Roberto Busato, protestou contra líderes de movimentos populares, dizendo que eles agem como golpistas e tentam intimidar a sociedade, ao discursar ontem na posse
da ministra Ellen Gracie Northfleet na presidência do STF (Supremo Tribunal Federal).
"O noticiário da imprensa informa que lideranças que manipulam movimentos populares,
mas que se mostram populistas e
autoritários em seu perfil e conduta, ameaçam reproduzir em
nosso país estratégia de divisão da
sociedade caso a crise política
brasileira tenha desfecho que lhes
desagrade." Ele não citou diretamente o MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra)
e a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e falou apenas de forma indireta na hipótese de impeachment do presidente Lula
examinada pela OAB, que os movimentos classificam de golpista.
"Ameaçam colocar nas ruas, em
franca hostilidade contra as classes média e alta, massas de trabalhadores desempregados e subempregados. Ameaçam em suma a paz pública e tentam intimidar a sociedade civil, sonegando-lhe o direito à livre manifestação.
Agem como golpistas e têm o desplante de querer imputar a nós essa pecha, que cabe apenas a eles."
Busato também respondeu ao
líder do MST João Pedro Stedile,
que chamou a OAB de "tresloucada e neoliberal". Sem citá-lo, ele
disse que essa afirmação "é um
atentado a tudo o que a entidade
construiu em seus 76 anos de história". Ao mesmo tempo, o presidente da OAB afirmou que a entidade não cederá a pressões políticas, tanto do governo quanto da
oposição. Para ele, a OAB é "protagonista na cena política" sempre que a República sofre "abalos", mas muitas pessoas não entendem o papel da entidade.
"O quadro político brasileiro,
conturbado por uma série de escândalos que sobre ele se abateram, põe neste momento em relevo o papel institucional da OAB.
Nem todos o compreendem. Uns
nos acusam de vínculos partidários, outros nos acusam de porta-vozes de correntes ideológicas.
Nem uma coisa nem outra -e isso não é novidade."
Busato reagiu contra a possibilidade de os advogados serem responsabilizados pela demora na
tramitação do processo que deverá resultar da denúncia criminal
do "mensalão" no STF, falando
em um atraso estimado de "até
dois anos".
(SILVANA DE FREITAS)
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