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RECUO AMIGO
Tarso desiste de carta com críticas ao PT
FÁBIO ZANINI
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um texto de duas páginas com
críticas severas ao governo e ao
PT, preparado pelo coordenador
político da Presidência, Tarso
Genro, por pouco não arruina o
desejo da cúpula petista de ignorar a crise do mensalão no seu 13º
Encontro Nacional, que começa
hoje em São Paulo.
No final da tarde, após pressão
do presidente do partido, Ricardo
Berzoini, Tarso capitulou e desistiu de apresentar o documento
hoje. A preocupação de Berzoini
era evitar manchas num encontro
pensado para ser "alto-astral",
apontando para o futuro e para as
realizações do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
A "Carta ao Partido", obtida pela Folha, estragaria a festa petista
já na primeira frase: "Vivemos
tempos ásperos". O texto afirma
que a crise foi "induzida por poucos", mas que a responsabilidade
é coletiva. "Muitos entre nós, no
mínimo, não estivemos atentos
ou mesmo silenciamos."
Em seguida, a crítica mais pesada: falta um projeto ao governo.
"A crise tem dupla dimensão: "crise política", com ingredientes morais; e "crise de projeto estratégico", que é nossa e que contém um
pouco das limitações de toda a esquerda mundial."
Longe de passar uma borracha
no escândalo, como defende
grande parte da cúpula petista, o
texto pede a punição para os culpados. Apesar de não citar nomes,
o recado é endereçado ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
"Enfrentar o presente, para nós,
é enfrentar esta crise: prosseguir
na apuração de responsabilidades
legais quanto às violações estatutárias mas também das responsabilidades políticas que nos legaram esta situação."
O texto vinha sendo trabalhado
por Tarso há uma semana. Entre
os abordados pelo ministro para
subscreverem o manifesto estiveram o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), o assessor da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e o próprio Berzoini,
que ficou bastante irritado.
Leia a íntegra da carta
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