São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 2006

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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA

Partido transfere para 24 de maio a definição da chapa de Alckmin; presidenciável promete apoiar candidato de ACM na Bahia

PFL adia escolha de vice e pressiona Alckmin

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com o argumento de que ainda é possível "ampliar o arco de alianças", o PFL adiou para o final de maio a escolha do vice de Geraldo Alckmin (PSDB). Informalmente, o partido escolheu o dia 24 de maio para o anúncio, 11 dias depois da definição do PMDB.
O adiamento da escolha do vice foi oficializado na reunião da Executiva Nacional, a pedido do líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), um dos cotados para concorrer ao cargo. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse ontem que "torce" para que o PMDB não tenha candidato próprio à Presidência. "Prefiro acordos com o PMDB nos Estados, com PFL ou com PSDB."
A decisão de postergar a escolha para aguardar a definição do PMDB havia sido acordada na véspera pelos senadores do partido após ouvirem de Alckmin, em jantar com a bancada pefelista, a promessa de que se empenhará para desatar os nós que travam a aliança em alguns Estados.
No jantar, Alckmin conversou com os senadores pefelistas Antonio Carlos Magalhães (BA) e Roseana Sarney (MA) e com o governador de Sergipe, João Alves (PFL), Estados apontados como mais complicados para a união. À exceção do Maranhão, nos outros dois anunciou decisão de apoiar os pefelistas ao governo independentemente dos tucanos locais.
Após o encontro, o pré-candidato tucano afirmou que "ouviu muito" e "há espaço para caminhar". "O conceito de time está cada vez mais forte. Se jogaremos com dois atrás ou três na frente, isso é estratégia. Tem coisas que vamos resolver bem, e outras, 99%", disse à Folha.
No caso da Bahia, Alckmin reafirmou a ACM que apoiará a reeleição dr Paulo Souto (PFL). ACM tenta impedir a candidatura de Antonio Imbassahy (PSDB) ao Senado, patrocinada pelo líder do PSDB na Câmara, Jutahy Jr. (BA). Contrariado com a negociação de Alckmin com ACM, Jutahy telefonou ontem para o coordenador da campanha, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), para se queixar que a ala "carlista" do PFL já preparava recepção a Alckmin.
Líderes do PSDB reagiram ontem à declaração do presidente Lula de que tucanos só brigam, enquanto o PT está tranqüilo. O mais incisivo foi o governador de Minas, Aécio Neves: "O PT está acabando, aí fica muito difícil brigar. As figuras do PT estão desaparecendo do cenário. Se você me perguntar meia dúzia de figuras expressivas do PT, confesso que teria dificuldades de me lembrar".


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