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Biscaia aponta atuação de máfia em campanhas
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário nacional de
Justiça, Antonio Carlos
Biscaia, disse ontem ter
"convicção pessoal" de um
"profundo" envolvimento
da máfia do jogo do bicho
em campanhas eleitorais
do Rio de Janeiro.
Ele também confirmou
que a Polícia Federal trabalha em "desdobramentos" das operações Hurricane (Furacão) e Têmis.
As operações da PF, que
é subordinada à pasta da
Justiça, investigam a participação de magistrados,
integrantes do Ministério
Público, policiais, políticos, advogados e bicheiros
em esquema de venda de
sentenças judiciais favoráveis ao jogo ilegal.
Questionado sobre rumores de que o próximo
alvo seria Brasília -a Hurricane se concentrou no
Rio, e a Têmis, em São
Paulo-, Biscaia respondeu: "É, tem. Detalhes não
posso adiantar, mas haverá prosseguimento, isso é
certo. É decorrência da
mesma investigação".
Sobre o envolvimento
da quadrilha com caixa
dois eleitoral -doações de
campanha não declaradas
à Justiça Eleitoral- no
Rio de Janeiro, Biscaia sinalizou que haverá aprofundamento das investigações. "Essa é uma questão
que é fundamental. Tenho
a convicção pessoal de que
o negócio é profundo e
amplo." Acrescentou que a
aprovação das contas dos
candidatos pela Justiça
Eleitoral não representa a
última palavra.
Na operação Hurricane,
a PF diz que bicheiros contribuíram, por meio de caixa dois, para a campanha
de políticos no Rio nas
eleições de 2006, citando
nominalmente a hoje deputada federal Marina
Maggessi (PPS), que nega
ter recebido recursos não-declarados do esquema.
Biscaia foi deputado federal pelo PT até janeiro
deste ano (não se reelegeu). Presidiu a CPI dos
Sanguessugas, que apontou o envolvimento de 72
deputados e senadores
com esquema de desvio de
dinheiro público por meio
da compra de ambulâncias
superfaturadas.
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