São Paulo, sábado, 28 de abril de 2007

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Biscaia aponta atuação de máfia em campanhas

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário nacional de Justiça, Antonio Carlos Biscaia, disse ontem ter "convicção pessoal" de um "profundo" envolvimento da máfia do jogo do bicho em campanhas eleitorais do Rio de Janeiro.
Ele também confirmou que a Polícia Federal trabalha em "desdobramentos" das operações Hurricane (Furacão) e Têmis.
As operações da PF, que é subordinada à pasta da Justiça, investigam a participação de magistrados, integrantes do Ministério Público, policiais, políticos, advogados e bicheiros em esquema de venda de sentenças judiciais favoráveis ao jogo ilegal.
Questionado sobre rumores de que o próximo alvo seria Brasília -a Hurricane se concentrou no Rio, e a Têmis, em São Paulo-, Biscaia respondeu: "É, tem. Detalhes não posso adiantar, mas haverá prosseguimento, isso é certo. É decorrência da mesma investigação".
Sobre o envolvimento da quadrilha com caixa dois eleitoral -doações de campanha não declaradas à Justiça Eleitoral- no Rio de Janeiro, Biscaia sinalizou que haverá aprofundamento das investigações. "Essa é uma questão que é fundamental. Tenho a convicção pessoal de que o negócio é profundo e amplo." Acrescentou que a aprovação das contas dos candidatos pela Justiça Eleitoral não representa a última palavra.
Na operação Hurricane, a PF diz que bicheiros contribuíram, por meio de caixa dois, para a campanha de políticos no Rio nas eleições de 2006, citando nominalmente a hoje deputada federal Marina Maggessi (PPS), que nega ter recebido recursos não-declarados do esquema.
Biscaia foi deputado federal pelo PT até janeiro deste ano (não se reelegeu). Presidiu a CPI dos Sanguessugas, que apontou o envolvimento de 72 deputados e senadores com esquema de desvio de dinheiro público por meio da compra de ambulâncias superfaturadas.


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