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Polícia cita Paulinho na Operação Santa Tereza
DA REDAÇÃO
O nome do deputado federal
Paulo Pereira da Silva (PDT), o
Paulinho da Força Sindical, é
citado várias vezes em relatório
da Polícia Federal feito na Operação Santa Tereza.
A PF investiga suposto desvio de parte de recursos emprestados pelo BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) a prefeituras e empresas.
O relatório, citado em reportagem do jornal "O Estado de
S. Paulo", embasou o pedido de
prisão de 11 suspeitos. Paulinho
não foi incluído formalmente
na investigação porque, por ser
deputado federal, tem foro privilegiado. Por uma questão legal, se Paulinho fosse incluído,
o que foi apurado pela PF sobre
outras pessoas se tornaria nulo.
Entre os citados no relatório
da PF está João Pedro de Moura, que foi assessor direto de
Paulinho na Força Sindical.
A reportagem de "O Estado
de S. Paulo" diz que a PF classifica Moura como "um dos principais assessores da Força Sindical, responsável pela ligação
da organização criminosa com
o banco". Em 13 de fevereiro, a
PF filmou Paulinho nos corredores da Câmara, acompanhado de Moura.
Reportagem da Folha de sábado informa que Moura também é réu junto com Paulinho
em um processo em que são
acusados de estelionato e falsificação de documentos.
No relatório, a PF anota que,
no dia 13 de fevereiro, Moura
foi fotografado chegando à Câmara. Ele foi até o gabinete de
Paulinho carregando uma mochila, diz a PF. "É mister perceber, na foto abaixo, que João
Pedro de Moura desembarca
pela manhã levando uma mochila, a qual não é mais vista
com ele durante o decorrer do
dia", afirma o relatório.
Outro trecho do relatório da
PF diz que o empresário Marcos Vieira Mantovani, também
preso na Operação Santa Tereza, confirma com Moura o recebimento de sua parte do suposto desvio de recursos. Mantovani foi preso sob a acusação
de ter criado empresa fantasma usada nos desvios.
Também são citadas pela PF
as parcelas de dinheiro recebidas por "RT" e "PA". A PF suspeita que as letras se referem
ao advogado Ricardo Tosto e
"possivelmente" a Paulinho.
Tosto é outro preso na operação. Ele faz parte do Conselho de Administração do
BNDES como representante
da Força Sindical e é suspeito
de usar o cargo para influenciar
a liberação de empréstimos.
Durante todo o dia de ontem,
a Folha ligou para dois celulares de Paulinho. No fim da tarde, um assessor disse que ele
não falaria porque estava ocupado com comemorações antecipadas do 1º de Maio no interior de São Paulo.
O assessor de imprensa de
Paulinho reafirmou nota divulgada no dia 25. "A central sindical, sempre pautada pela transparência e prudência, irá
aguardar a apuração dos fatos
para se pronunciar definitivamente", diz a nota, que faz
menção apenas a Tosto e não a
Paulinho. "Reafirmamos nosso
apoio e confiança no dr. Ricardo Tosto", afirma o texto.
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