São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Presidente afirma que não há risco de retrocesso político

Candidatos "se distanciam de posições radicais", diz FHC

WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que todos os pré-candidatos à sua sucessão, "em maior ou menor grau, olham o futuro com confiança e se distanciam de posições radicais". Segundo ele, não há a mais remota possibilidade de alguém que venha com propostas de "retrocesso político".
FHC discursou ontem em Brasília na cerimônia de lançamento do livro "Presidentes do Brasil -De Deodoro a FHC", organizado pelo professor Fábio Koifman, da Universidade Estácio de Sá (936 páginas, Editora Rio).
O livro diz que FHC "tem fama de agradar às mulheres", embora não tenha nenhuma característica física especial que justifique isso. "Se não há explicação estética para isso, a explicação deve estar em outra esfera", arrisca o livro, citando uma inteligência brilhante aliada a uma cordialidade inquebrantável.

O sedutor
Segundo os autores, FHC possui uma notória capacidade de sedução. "Embora os efeitos nuns e noutros possam ser diferentes, o encanto de FHC tanto se exerce em homens quanto em mulheres que tenham contato pessoal com ele", diz o livro.
Depois de afirmar que a vaidade é o principal pecado que o presidente reconhece em si mesmo, o livro aponta outros: comilão e sovina. Diz que o presidente gosta de buchada de bode, prato que lhe foi apresentado na campanha eleitoral de 94, em Caruaru (PE).
O livro lembra alguns "descuidos" da carreira política de FHC, como ter admitido que experimentou maconha, não ter respondido se acreditava em Deus e ter se sentado na cadeira do prefeito de São Paulo -tudo isso durante a campanha para prefeito de São Paulo em 85, eleição que perdeu para Jânio Quadros.
Ao lançar o livro, o presidente disse que lhe agradou o tom coloquial e as "referências à dimensão humana" dos presidentes. Para ele, as informações são apresentadas com muita leveza e com um certo humor.
"Devo dizer que é sempre um pouco incômodo para quem ainda é presidente ver-se na história. Ainda não terminou", disse ele. "Mas ao mesmo tempo é motivador, porque leva à sensação de cidadania, porque é muito útil para quem exerce funções públicas não imaginar que é estátua. É preciso que as pessoas se deixem expor, é do espírito da democracia."

Biografias de presidentes
O livro traz as biografias dos 36 presidentes e dos membros das duas juntas que governaram o país em 113 anos de história republicana -incluindo Tancredo Neves, que morreu em 85 antes de tomar posse.
Segundo o livro, dez presidentes não completaram o mandato, sete vice-presidentes assumiram o cargo no impedimento do titular e dois presidentes se recusaram a passar a faixa presidencial a seus sucessores.



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