São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

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REPERCUSSÃO

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, presidente da República (por meio do porta-voz, Alexandre Parola):
"O presidente gostaria de expressar seu pesar pelo falecimento do senhor João Amazonas, um homem que lutou tantos anos por seus ideais e que deixou uma marca nas lutas populares."

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, pré-candidato do PT à Presidência:
"O PC do B sempre foi aliado nosso desde a primeira campanha presidencial em 1989, muito graças ao trabalho respeitoso e leal do João Amazonas e sua relação conosco. Tive uma convivência muito rica com ele. É uma grande perda."

ROBERTO FREIRE, presidente nacional do PPS (por meio de nota divulgada em Brasília):
"(...) [João Amazonas] sempre foi um entusiasta das idéias socialistas e pode ser inscrito, como tantos outros companheiros que não estão mais entre nós, no panteão dos heróis do povo brasileiro. (...) A cultura e a política nacionais, de tradição democrática, estão definitivamente marcadas pela influência comunista. (...)"

AÉCIO NEVES, presidente da Câmara dos Deputados:
"O ex-deputado João Amazonas desempenhou um papel extremamente expressivo na história contemporânea do país. Por mais que dele divirjamos do ponto de vista ideológico, ele merece todo o nosso reconhecimento pela luta em torno das suas idéias. É uma perda enorme. E fica aqui um gesto de reconhecimento e de homenagem a um grande homem público brasileiro."

JOSÉ GENOINO, deputado federal (PT-SP):
"Ele [João Amazonas] foi integrante de uma geração de lideranças de esquerda que nas últimas décadas marcou a história do país. Convivi muito com ele durante a guerrilha do Araguaia. Ele dedicou sua vida ao PC do B e teve uma história de determinação que merece nosso respeito."
LEONEL BRIZOLA, presidente nacional do PDT:
"João Amazonas foi, sem dúvida, um lutador incansável das causas nacionais. Nem sempre estivemos juntos nas lutas políticas, mas sempre nos encontramos lado a lado quando estava em jogo o interesse nacional e a defesa do patrimônio do Brasil."

JACOB GORENDER, historiador e militante comunista, foi membro do Comitê Central do PCB e fundador do PCBR:
"João Amazonas foi um homem que teve uma militância longa e que deixará marca na esquerda brasileira. Ligado a concepções bastante ortodoxas do marxismo, ele se posicionou como um homem do Partido Comunista e, mais tarde, do Partido Comunista do Brasil. Divergi dele durante anos. Isso não me impede de dizer que foi um homem absolutamente íntegro. Não há nenhum deslize moral ou político que lhe possa ser imputado ."

SALOMÃO MALINA, presidente de honra do PPS e militante do PCB desde os anos 40:
"Ele [João Amazonas] sempre foi um homem honesto, coerente com seus princípios, mas, pessoal mente, acho que estava equivocado. Nos anos 60, quando houve o rompimento com o PCB, a posição que ele defendia era de uma revolução chinesa no Brasil. Isso para nós estava fora de cogitação. Ele apoiou a Albânia como modelo! Apesar de ser um homem sério, sua posição estava ligada ao atraso."

EDGARD CARONE, historiador, foi simpatizante do PCB e do PC do B:
"Ele [João Amazonas] entrou em confronto com o grupo de [Luiz Carlos" Prestes e deu um sentido mais radical ao movimento comunista no Brasil. Foi uma pessoa muito consistente na ação política. Não era propriamente um teórico, mas um militante prático."

EMIR SADER, sociólogo:
"João Amazonas foi uma presença política e moral forte. Ele remou contra a maré mesmo quando ser comunista virou uma coisa exótica. Ele não protagonizou manchetes nos jornais, mas foi um comunista que personificou coerência e princípios."



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