São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

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PERFIL

Amazonas liderou comunistas de dois partidos

DA REDAÇÃO

João Amazonas foi um dos principais dirigentes do PCB entre 1943 a 1957 e presidiu o PC do B desde a organização do partido, em 1962, até dezembro do ano passado, quando passou a ser presidente de honra da legenda.
João Amazonas de Sousa Pedroso nasceu em Belém em 1º de janeiro de 1912. Começou sua carreira política aos 18 anos, apoiando a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder.
Ingressou no PCB (então Partido Comunista do Brasil) em 1935, sendo logo promovido ao comitê estadual do partido. Tornou-se um dos dirigentes da ANL (Aliança Nacional Libertadora) no Pará, uma frente anti-fascista que promoveu em novembro a chamada Intentona Comunista. A insurreição foi rapidamente sufocada pelo governo. Amazonas ficou preso dois meses, mas acabou libertado.
Amazonas dedicou-se então ao trabalho sindical no Pará. Após a instauração do Estado Novo, em 1937, Amazonas foi condenado pelo Tribunal de Segurança Nacional. Em 1941, conseguiu fugir da prisão, refugiando-se no Rio.
Em agosto de 1943, participou da reestruturação do PCB, passando a integrar o Comitê Central do partido. Em 1945, com a redemocratização e a legalização do PCB, ele foi eleito deputado federal pelo Distrito Federal.
Em maio de 1947, o registro do PCB foi cassado e, em janeiro de 1948, os parlamentares comunistas perderam o mandato. Apesar disso, Amazonas se fortaleceu e, em 1950, já era um dos três principais dirigentes do partido.
A divulgação do relatório sobre os crimes de Josef Stálin no 20º Congresso do PCUS, em 1956, provocou uma crise no PCB. Os dirigentes mais identificados com o stalinismo (Amazonas, Diógenes Arruda e Mauricio Grabois) foram excluídos da Executiva em 1957 e do Comitê Central no congresso em agosto de 1960, quando o partido mudou o nome para Partido Comunista Brasileiro.
Em fevereiro de 1962, Amazonas, Grabois e Pedro Pomar promoveram uma conferência para reorganizar o Partido Comunista do Brasil, alinhado à China.
Em 1966, o partido decidiu promover uma guerrilha no campo para combater o regime militar e começou a deslocar militantes para o Araguaia. O próprio Amazonas participou da fase de preparação. A guerrilha foi aniquilada pelo Exército entre 1972 a 1974.
Em 1976, o PC do B rompeu com a China e estreitou suas relações com a Albânia. Amazonas foi para o exílio, voltando ao Brasil com a anistia, em 1979. O PC do B passou a priorizar a luta parlamentar, elegendo quatro deputados federais pela PMDB em 1982. Em 1985, o partido apoiou Tancredo Neves para presidente, e obteve a legalização em julho.



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