São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

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OUTRO LADO

Laura Carneiro diz que marido quer destruí-la

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A deputada Laura Carneiro (PFL-RJ) disse que ainda não conhece em detalhes a denúncia do Ministério Público na qual é apontada como beneficiária de desvios no INSS.
A deputada afirma que a investigação teve origem no processo de separação litigiosa contra seu marido, Luiz Etério Teixeira Ventura. "Ele está misturando as coisas, denunciando sem provas para acabar com a minha carreira política."
Segundo ela, seus passos são "vigiados" pela Polícia Federal, encarregada de sua segurança pessoal há dois anos, desde a CPI do Narcotráfico. "Fui ameaçada por Fernandinho Beira-Mar [traficante que está preso]", disse a deputada, que teve atuação destacada nos trabalhos da CPI, sendo considerada um dos membros mais atuantes na investigação.
O irmão de Laura Carneiro, Jorge Miguel Bustamante Monteza, diretor da Companhia Docas do Rio de Janeiro, disse que seu cunhado "quer transformar um negócio de família numa denúncia para arruinar a carreira dela [Laura]".
Em depoimento ao MP, Luiz Etério Teixeira Ventura disse que Monteza era "gerenciador" dos desvios para a deputada. Procurado pela Folha, Ventura não respondeu aos três recados deixados na semana passada com seu advogado, Mário Luiz Vieira. Segundo o advogado, Ventura está na Inglaterra.
Laura Carneiro e Jorge Monteza disseram que não conhecem os ex-funcionários do INSS Luiz Cláudio Giorno, Denilson Silva de Oliveira e Alba Rosângela Martins Marcotúlio. Mas afirmaram conhecer o funcionário Luiz Alberto Salgado, pessoa que tem relacionamento com a família desde os tempos em que o ex-senador Nelson Carneiro, pai da deputada, ainda era vivo.
Salgado disse à Folha que conheceu Giorno, um de seus subordinados no INSS no ano passado, mas afirmou que jamais recebeu dinheiro dele.
Com o envolvimento da deputada, que tem direito a foro privilegiado, o caso passará a ser integralmente julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, todos os réus passarão a ser processados no STF, inclusive os ex-funcionários do INSS, o que poderia ser uma estratégia dos acusados para tornar mais lento o andamento do processo.
A reportagem tentou localizar Luiz Cláudio Giorno no telefone residencial registrado em seu nome. Uma pessoa de sua família anotou o recado, mas até o fechamento desta edição não houve resposta.



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