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OUTRO LADO
Laura Carneiro diz que marido quer destruí-la
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A deputada Laura Carneiro
(PFL-RJ) disse que ainda não
conhece em detalhes a denúncia do Ministério Público na
qual é apontada como beneficiária de desvios no INSS.
A deputada afirma que a investigação teve origem no processo de separação litigiosa
contra seu marido, Luiz Etério
Teixeira Ventura. "Ele está
misturando as coisas, denunciando sem provas para acabar
com a minha carreira política."
Segundo ela, seus passos são
"vigiados" pela Polícia Federal,
encarregada de sua segurança
pessoal há dois anos, desde a
CPI do Narcotráfico. "Fui
ameaçada por Fernandinho
Beira-Mar [traficante que está
preso]", disse a deputada, que
teve atuação destacada nos trabalhos da CPI, sendo considerada um dos membros mais atuantes na investigação.
O irmão de Laura Carneiro,
Jorge Miguel Bustamante
Monteza, diretor da Companhia Docas do Rio de Janeiro,
disse que seu cunhado "quer
transformar um negócio de família numa denúncia para arruinar a carreira dela [Laura]".
Em depoimento ao MP, Luiz
Etério Teixeira Ventura disse
que Monteza era "gerenciador"
dos desvios para a deputada.
Procurado pela Folha, Ventura
não respondeu aos três recados
deixados na semana passada
com seu advogado, Mário Luiz
Vieira. Segundo o advogado,
Ventura está na Inglaterra.
Laura Carneiro e Jorge Monteza disseram que não conhecem os ex-funcionários do
INSS Luiz Cláudio Giorno, Denilson Silva de Oliveira e Alba
Rosângela Martins Marcotúlio.
Mas afirmaram conhecer o
funcionário Luiz Alberto Salgado, pessoa que tem relacionamento com a família desde os
tempos em que o ex-senador
Nelson Carneiro, pai da deputada, ainda era vivo.
Salgado disse à Folha que conheceu Giorno, um de seus subordinados no INSS no ano
passado, mas afirmou que jamais recebeu dinheiro dele.
Com o envolvimento da deputada, que tem direito a foro
privilegiado, o caso passará a
ser integralmente julgado pelo
Supremo Tribunal Federal
(STF). Com isso, todos os réus
passarão a ser processados no
STF, inclusive os ex-funcionários do INSS, o que poderia ser
uma estratégia dos acusados
para tornar mais lento o andamento do processo.
A reportagem tentou localizar Luiz Cláudio Giorno no telefone residencial registrado
em seu nome. Uma pessoa de
sua família anotou o recado,
mas até o fechamento desta
edição não houve resposta.
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