|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Procuradores dizem que as fraudes vêm desde esquema PC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os personagens, sua forma
de atuação, mediante pagamento de propina, entre outros
elementos, confirmam que as
fraudes nas compras realizadas
pelo Ministério da Saúde, reveladas pela Operação Vampiro
na semana passada, estariam
ocorrendo desde o início dos
anos 90, segundo os procuradores que investigam o caso.
A referência para os anos 90
ocorre pelo fato de, naquela
época, ter se instalado na máquina da administração pública o chamado esquema PC
-alusão a esquema de desvio
de dinheiro público comandado pelo empresário Paulo César Farias, durante o governo
Fernando Collor de Mello.
"Esse é um esquema em que
as pessoas vão mudando, vão
se apropriando da máquina e
cometendo novas fraudes. Não
é algo com coloração partidária. Vem acontecendo há muito
tempo", disse o procurador
Gustavo Pessanha Velloso, do
Ministério Público Federal em
Brasília.
Um dos focos do esquema PC
era a extinta Ceme (Central de
Medicamentos), órgão que
centralizava as compras do Ministério da Saúde. O empresário Lourenço Peixoto, um dos
17 presos pela Operação Vampiro, era assessor da presidência da Ceme. Investigado pela
PF na época, foi indiciado por
manipulação de procedimentos e pagamentos do órgão mediante propina de 10% a 20%
dos valores envolvidos.
Também na investigação relacionada ao caso PC surgiu o
nome do empresário Jaisler Jabour, que hoje está preso. Na
época, ele era dono do laboratório Lessel e foi um dos que
pagaram propina ao esquema.
A expectativa é que, até o final de junho, os procuradores
ofereçam à Justiça a denúncia
na qual devem acusar servidores, empresários e lobistas de,
em conluio, manipular licitações e fraudar procedimentos
legais de compra de medicamentos para favorecer fornecedores escolhidos em detrimento do interesse público.
(ANDRÉA MICHAEL)
Texto Anterior: Costa diz que só ele foi a fundo no caso Próximo Texto: Campo minado: "Abril vermelho" bate recorde de invasões Índice
|