São Paulo, sexta-feira, 28 de maio de 2004

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TODA MÍDIA

Nelson de Sá

Crescimento

Do "Wall Street Journal", sobre o crescimento da economia no primeiro trimestre, anunciado ontem:
- O Brasil registrou um crescimento econômico que ultrapassou as expectativas e mostrou maior produção graças aos cortes nas taxas de juros que o Banco Central começou a fazer em junho passado.
A taxa de 2,7% de crescimento foi superior à expectativa média levantada pelo jornal junto a 15 economistas (1,95%). Também a Bloomberg fez seu levantamento com economistas, que arriscavam em média 2%.
A avaliação da Bloomberg, sobre o que levou ao inesperado crescimento, foi semelhante à do "WSJ":
- A economia do Brasil cresceu com a queda nas taxas de juros e o impulso nas exportações.
O resultado "deve ajudar o governo a responder à crítica crescente de que a recuperação econômica tem sido muito lenta", no entender do "WSJ".
Para a Bloomberg, na mesma linha, "a volta do crescimento na maior economia da América do Sul vai ajudar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a responder às promessas de campanha de criar empregos".
 
Não é à toa, ao que parece, o "clima de otimismo" que a Globo identificou em Lula e no ministro Antonio Palocci. Neles e também no "mercado", que o site do "Valor" descrevia assim, ontem à tarde:
- Otimismo é a palavra de ordem no mercado. O bom humor prevalece, após números animadores do PIB e análise positiva sobre a ata do Copom.
Sobre a ata, no entender do "mercado", ela "mostrou que a diretoria do Banco Central continua tranqüila com o quadro econômico".
 
Em emissoras e sites no Brasil, o crescimento foi creditado às exportações, não aos juros em queda desde junho passado. Foi o que fez, por sinal, o ministro Luiz Furlan.
Mas não faltam, segundo a Globo, sinais de que a demanda interna se recupera. Uma reportagem da emissora tratava ontem das vendas do comércio, dizendo que "o consumidor está gastando mais".
E Míriam Leitão, no Bom Dia Brasil, contava:
- Os empresários Jorge Gerdau e Benjamin Steinbruch me disseram que recentemente o mercado interno também passou a comprar mais. Está havendo uma retomada.

BBC/Reprodução
REVOLUÇÃO NA BAHIA Num programa de meia hora, a BBC retratou ontem à noite a quantas anda a reforma agrária no Brasil. Ouviu o ministro do Desenvolvimento Agrário e outros, mas o destaque foi mesmo para as entrevistas com os sem-terra no interior da Bahia -e não os líderes, mas militantes e assentados, como na imagem acima, à dir. Em geral favorável ao projeto de crédito fundiário do governo federal, apresentou críticas pontuais feitas pelo MST. Na abertura, a expressão em destaque foi "a revolução da terra no Brasil"

Kirchner não foi
Do argentino "La Nacion":
- Eram cinco da tarde, o presidente Néstor Kirchner estava em sua residência em Olivos e se sentia cansado. Disse ao chefe de gabinete: "Alberto, não me sinto bem. A verdade é que não vou a Guadalajara".
E assim ele derrubou os encontros que teria no México com o presidente da França, o primeiro-ministro da Alemanha, o presidente da Comissão Européia, o presidente do Chile, o presidente da Comissão do Mercosul, Eduardo Duhalde, além, é claro, de Lula.

Gripe forte
O porta-voz de Kirchner descrevia o quadro, ontem:
- Ele tem uma gripe forte e nada mais. O médico aconselhou não viajar. Trabalha igualmente, mas tem febre.
Segundo o "La Nacion", "o governo insistiu que Kirchner está apenas gripado e negou com ênfase qualquer outro tipo de interpretação".

Virtudes
O francês "Le Monde" destacou ontem o encontro do México em uma longa reportagem intitulada "A Europa e a América Latina cantam as virtudes do multilateralismo".
Concentrou-se na questão política, da relação de ambos com os Estados Unidos.

4 x 24.000
Em texto à parte, um pouco menor, o "Le Monde" louvou a estrutura do Mercosul, com "seus quatro funcionários" -em comparação carregada de ironia com os "24.000 da União Européia".
E fez um breve relato das ainda lentas negociações comerciais entre os dois blocos.

Grande acordo
No "Wall Street Journal", a reportagem sobre Guadalajara se concentrou nos esforços do Mercosul e da UE para "um grande acordo comercial", na expressão do título.
Segundo o jornal americano, "os principais negociadores dos dois blocos econômicos expressaram otimismo em torno das conversas para diminuir tarifas de quase 10.000 produtos nos próximos dez anos".

Desafios
Na internet em português, a cobertura mais extensiva do encontro do México tem sido da BBC Brasil, com reportagens aos montes e entrevistas com os protagonistas -concentrada, também ela, quase inteiramente nos "desafios" para se atingir o acordo UE/Mercosul.

China, o rescaldo
Diversos jornais e sites fechavam ontem suas coberturas da visita de Lula à China.
O britânico "Financial Times" destacou os reclamos de Lula e do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, que cobraram "um melhor acordo das nações ricas no comércio".
A agência econômica européia AFX noticiou que a Huawei, "uma das maiores empresas de equipamentos de telecomunicações da China", fechou negócio com a Intelig para montar a rede metropolitana do Rio.
A agência chinesa Xinhua e o "Diário do Povo" se concentraram no anúncio oficial de que os dois primeiros jatos regionais ERJ-145, "um produto sino-brasileiro", já estão prontos e logo serão entregues.
O argentino "La Nacion" deu que "empresários argentinos e brasileiros" propuseram à China a criação de um "mercado comum de soja".


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