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Ciro diz que está
frustrado, mas
fica no governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia depois de ameaçar se
demitir caso recursos federais sejam pulverizados, o ministro Ciro
Gomes (Integração Nacional) disse ontem que se convence a cada
dia da importância de participar
do governo, apesar de se manter
no cargo com "todas as frustrações" e "as mesquinharias" de
não poder, sob pena de ferir o Planalto, externar suas opiniões sobre um modelo que não advoga.
Rompendo, mesmo que sutilmente, sua política de não falar
sobre os rumos econômicos e administrativos do governo, Ciro
afirmou ter "total desapego" a
cargo, mas defendeu Luiz Inácio
Lula da Silva, a quem comparou a
Juscelino Kubitschek (1956-61).
"Acumulei alguma experiência
e tenho total desapego, a esta altura da vida, a cargo executivo. Veja,
tinha outras pretensões", disse, na
Câmara. "Hoje, eu me mantenho,
com todas as frustrações, este não
é o modelo que advogo, não estou
acostumado a conviver com mesquinharias que me impõe o fato
de ser ministro do governo, portanto, tenho que contingenciar
minhas opiniões, para que não firam a coerência do governo."
Anteontem, Ciro atacou a proposta da criação de fundo que repassaria cerca de R$ 2 bilhões ao
ano para governadores. O fundo
foi uma concessão feita pelo governo como forma de ver aprovada, em 2003, parte da reforma tributária. O ministro, que repetiu o
ataque ontem, quer a aplicação do
dinheiro nas novas Sudam e Sudene, (órgãos de desenvolvimento da Amazônia e do Nordeste).
Ciro, que não fumou na sessão,
falou ainda da notificação que recebeu anteontem por ter acendido um cigarro numa sala da Câmara. "Está vendo, sou disciplinado. Acho que cigarro é uma coisa
ruim, então, tudo bem."
(RB)
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