São Paulo, sexta-feira, 28 de maio de 2004

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Ciro diz que está frustrado, mas fica no governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia depois de ameaçar se demitir caso recursos federais sejam pulverizados, o ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) disse ontem que se convence a cada dia da importância de participar do governo, apesar de se manter no cargo com "todas as frustrações" e "as mesquinharias" de não poder, sob pena de ferir o Planalto, externar suas opiniões sobre um modelo que não advoga.
Rompendo, mesmo que sutilmente, sua política de não falar sobre os rumos econômicos e administrativos do governo, Ciro afirmou ter "total desapego" a cargo, mas defendeu Luiz Inácio Lula da Silva, a quem comparou a Juscelino Kubitschek (1956-61).
"Acumulei alguma experiência e tenho total desapego, a esta altura da vida, a cargo executivo. Veja, tinha outras pretensões", disse, na Câmara. "Hoje, eu me mantenho, com todas as frustrações, este não é o modelo que advogo, não estou acostumado a conviver com mesquinharias que me impõe o fato de ser ministro do governo, portanto, tenho que contingenciar minhas opiniões, para que não firam a coerência do governo."
Anteontem, Ciro atacou a proposta da criação de fundo que repassaria cerca de R$ 2 bilhões ao ano para governadores. O fundo foi uma concessão feita pelo governo como forma de ver aprovada, em 2003, parte da reforma tributária. O ministro, que repetiu o ataque ontem, quer a aplicação do dinheiro nas novas Sudam e Sudene, (órgãos de desenvolvimento da Amazônia e do Nordeste).
Ciro, que não fumou na sessão, falou ainda da notificação que recebeu anteontem por ter acendido um cigarro numa sala da Câmara. "Está vendo, sou disciplinado. Acho que cigarro é uma coisa ruim, então, tudo bem." (RB)

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