São Paulo, domingo, 28 de maio de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

PSDB paulista busca espaço na campanha de Alckmin

Tucano aguarda ratificação de seu nome para se emancipar da cúpula do partido

Ex-secretário João Carlos Meirelles, coordenador de sua reeleição em 2002, vai controlar toda a estrutura operacional da campanha sexta, em faculdade de Minas

CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG

DA REPORTAGEM LOCAL

A convenção nacional do PSDB, dia 11 de junho em Belo Horizonte, pode se transformar no marco da "emancipação" de Geraldo Alckmin, ainda totalmente dependente do comando nacional do partido.
A principal transformação deverá se dar na parte operacional da campanha, que inclui arrecadação, agenda, deslocamentos e material. Com isso, ganhará força o grupo paulista do PSDB, que trabalhou com Alckmin na eleição de 2002.
O comitê de Brasília passará a se concentrar na elaboração do programa de governo e abrigará o Conselho Político da campanha, o "conselho de sábios" (nas palavras de amigos de Alckmin). A instância diluirá o poder da cúpula partidária.
Nas últimas semanas, Alckmin, o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE) e o PFL, aliado dos tucanos, protagonizaram um show de desencontros enquanto o presidente Lula (PT) ampliava sua vantagem: 45% das intenções de voto contra 22% do tucano, segundo o levantamento do Datafolha.
À sua maneira, o ex-governador tem reclamado de sua dependência. Para ilustrá-la, costuma dizer que seus celulares são do PSDB nacional e a mesa do escritório é do estadual.
Na nova configuração da campanha, o ex-secretário de Ciência e Tecnologia de São Paulo João Carlos Meirelles será fortalecido, assumindo uma espécie de "superintendência". Em 2002, ele foi o coordenador de Alckmin. Meirelles deverá controlar toda a estrutura operacional. Em cada Estado, os representantes regionais ficarão subordinados a ele.
Mas o maior trunfo do candidato será a centralização da arrecadação e do controle de gastos em São Paulo. Com isso, Alckmin acredita que terá autonomia para traçar sua agenda e elaborar seu discurso. Assim, espera ficar menos suscetível à pressão dos "cardeais tucanos": Tasso, Aécio Neves, José Serra e Fernando Henrique Cardoso.
O comando do partido ainda discute um nome para assumir as finanças, mas já tem seu perfil definido: quer alguém com aparência de "monge franciscano", nas palavras de um tucano.
Na esfera do marketing, Luiz Gonzalez terá ainda mais espaço, em detrimento de Antonio Lavareda, mais ligado aos cardeais. O jornalista Luiz Salgado Ribeiro, ex-secretário de Alckmin e ainda no Palácio dos Bandeirantes, também deve ser incorporado à campanha.
O escritório de advocacia Ricardo Penteado, de São Paulo, assumirá o comando da área jurídica, dividindo tarefa com Eduardo Alckmin, de Brasília.
José Henrique Lobo, assessor da Prefeitura de São Paulo, apresentou organograma para criação de coordenações regionais da campanha. Mas o projeto ainda está sob análise.


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