|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
PSDB paulista busca espaço
na campanha de Alckmin
Tucano aguarda
ratificação de seu
nome para se
emancipar da
cúpula do partido
Ex-secretário João Carlos
Meirelles, coordenador de
sua reeleição em 2002, vai
controlar toda a estrutura
operacional da campanha
sexta, em faculdade de Minas
CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
A convenção nacional do
PSDB, dia 11 de junho em Belo
Horizonte, pode se transformar no marco da "emancipação" de Geraldo Alckmin, ainda
totalmente dependente do comando nacional do partido.
A principal transformação
deverá se dar na parte operacional da campanha, que inclui
arrecadação, agenda, deslocamentos e material. Com isso,
ganhará força o grupo paulista
do PSDB, que trabalhou com
Alckmin na eleição de 2002.
O comitê de Brasília passará
a se concentrar na elaboração
do programa de governo e abrigará o Conselho Político da
campanha, o "conselho de sábios" (nas palavras de amigos
de Alckmin). A instância diluirá
o poder da cúpula partidária.
Nas últimas semanas, Alckmin, o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE) e o
PFL, aliado dos tucanos, protagonizaram um show de desencontros enquanto o presidente
Lula (PT) ampliava sua vantagem: 45% das intenções de voto
contra 22% do tucano, segundo
o levantamento do Datafolha.
À sua maneira, o ex-governador tem reclamado de sua dependência. Para ilustrá-la, costuma dizer que seus celulares
são do PSDB nacional e a mesa
do escritório é do estadual.
Na nova configuração da
campanha, o ex-secretário de
Ciência e Tecnologia de São
Paulo João Carlos Meirelles será fortalecido, assumindo uma
espécie de "superintendência".
Em 2002, ele foi o coordenador
de Alckmin. Meirelles deverá
controlar toda a estrutura operacional. Em cada Estado, os
representantes regionais ficarão subordinados a ele.
Mas o maior trunfo do candidato será a centralização da arrecadação e do controle de gastos em São Paulo. Com isso,
Alckmin acredita que terá autonomia para traçar sua agenda
e elaborar seu discurso. Assim,
espera ficar menos suscetível à
pressão dos "cardeais tucanos":
Tasso, Aécio Neves, José Serra
e Fernando Henrique Cardoso.
O comando do partido ainda
discute um nome para assumir
as finanças, mas já tem seu perfil definido: quer alguém com
aparência de "monge franciscano", nas palavras de um tucano.
Na esfera do marketing, Luiz
Gonzalez terá ainda mais espaço, em detrimento de Antonio
Lavareda, mais ligado aos cardeais. O jornalista Luiz Salgado
Ribeiro, ex-secretário de Alckmin e ainda no Palácio dos Bandeirantes, também deve ser incorporado à campanha.
O escritório de advocacia Ricardo Penteado, de São Paulo,
assumirá o comando da área jurídica, dividindo tarefa com
Eduardo Alckmin, de Brasília.
José Henrique Lobo, assessor da Prefeitura de São Paulo,
apresentou organograma para
criação de coordenações regionais da campanha. Mas o projeto ainda está sob análise.
Texto Anterior: Eleições 2006 / Presidência: Se reeleito, Lula quer buscar acordo político com tucanos Próximo Texto: Saiba mais: Campanha de tucano entra em 3ª fase Índice
|