São Paulo, domingo, 28 de maio de 2006

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Comissão de Ética pública fica com um só membro

Quatro de seis integrantes pedem para deixar Comissão de Ética Pública; outra vaga está aberta há 1 ano

Cabe ao presidente nomear componentes; grupo monitora a conduta de servidores públicos federais, como ministros de Estado

EDUARDO SCOLESE
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com a função de monitorar a conduta de servidores públicos federais, entre os quais os ministros de Estado, a Comissão de Ética Pública da Presidência pode ficar limitada a apenas um integrante durante o período eleitoral, quando sua demanda de trabalho tende a crescer. Nos últimos dias, quatro integrantes deixaram a comissão.
O consultor Antoninho Marmo Trevisan e a professora universitária Maria Victoria Benevides, com seus mandatos de três anos vencidos, pediram para não serem reconduzidos ao órgão. Deixou também a comissão Carmen Lúcia Antunes Rocha, que teve sua nomeação ao STF (Supremo Tribunal Federal) aprovada pelo Senado.
O presidente da comissão, o advogado Fernando Neves, é outra baixa. Ele pediu licença do órgão até o final das eleições, alegando um possível conflito de interesses entre a comissão e suas atividades jurídicas ligadas a questões eleitorais.
Responsável pela nomeação dos integrantes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já foi oficiado pela comissão sobre as vagas a serem preenchidas. O presidente, porém, não tem demonstrado pressa com a questão. Até agora, não indicou substituto para João Camilo Penna, que deixou a comissão em maio do ano passado. A vaga continua aberta.
Criada em 1999, na gestão FHC, a comissão possui estrutura de seis integrantes e um secretário-executivo. Ela não tem poder punitivo nem prerrogativa de investigação, mas pode encaminhar relatório com orientações ao presidente da República, como a indicação de possível desvio ético de algum integrante de primeiro escalão. Seu único membro na ativa é o ex-ministro da Fazenda Marcílio Marques Moreira.

Mais experiência
Há quem defenda no Planalto a mudança do perfil dos integrantes da comissão. A idéia, defendida inclusive pelo presidente da comissão, seria encaixar pessoas mais experientes e menos atarefadas.
"Eles teriam mais tempo para se dedicar à comissão, num relevante serviço ao país, mas que não é remunerado", disse o advogado Fernando Neves.


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