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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Curto-circuito
Colocado em evidência pela Operação Navalha, que
derrubou o ministro Silas Rondeau, o sistema Eletrobrás abriga empresas em que se misturam suspeitas
de irregularidades, caos administrativo e penúria financeira. Na Eletronorte, o risco é de novo escândalo:
a Polícia Federal e o Ministério Público investigam o
desvio de diesel comprado para termelétricas.
Na Cepisa, do Piauí, onde foi flagrada a negociata
com a empreiteira Gautama em recursos do programa Luz para Todos, mais de mil ações trabalhistas
ameaçam paralisar os trabalhos da empresa. A Ceal,
de Alagoas, tem prejuízos mensais de R$ 3 milhões
graças a uma liminar que permite aos usineiros, desde
o racionamento de 2001, não pagar energia elétrica.
Elo frágil. A PF aposta em
Fátima Palmeira, a pagadora
de propinas preferencial de
Zuleido Veras, como a integrante da quadrilha mais passível de entregar detalhes da
quadrilha em troca do benefício da delação premiada.
Torneira. Quem acompanha a Operação Navalha atesta que ainda há uma seara
inexplorada de vazamentos: a
PF já teria os resultados das
quebras de sigilos telefônico,
fiscal e bancário de boa parte
dos investigados.
Se vira. Do vice-líder do governo na Câmara Beto Albuquerque (PSB-RS) sobre o envolvimento do colega de sigla
e ex-governador José Reinaldo no escândalo das obras da
Gautama: "Não podemos macular o nome de nosso partido
por causa de cristão novo que
nunca foi à missa conosco".
Desespero 1. Mesmo sob
protestos, a Aneel manteve a
possibilidade de termelétricas participarem do leilão de
compra de energia para suprir
a demanda brasileira entre
2010 e 2012. Das 200 empresas que se preparam para concorrer, pelo menos 70 são de
queima de óleo combustível.
Desespero 2. O temor de
ambientalistas é que as vencedoras do leilão comprem
"sucata" da Rússia e da Romênia, que estão desativando
suas termelétricas, para construir as usinas no país. "Precisamos de energia de qualquer
jeito", disse o presidente da
Aneel, Jerson Kelman, em recente audiência na Câmara.
Aerotur. A Aeronáutica
convidou os integrantes da
CPI do Apagão Aéreo da Câmara a conhecer as instalações da Força em Morro da
Igreja (PR). O passeio tomaria
um dia inteiro de trabalho. O
relator Marco Maia (PT-RS)
educadamente recusou.
Chimarrão. Tarso Genro
articula a união do PT gaúcho,
com a candidatura de Miguel
Rosseto para a prefeitura de
Porto Alegre e o apoio a Olívio
Dutra para presidente nacional do partido. Tarso ficaria livre para disputar o governo
ou a Presidência em 2010.
Turma. O ministro da Justiça trocou peças do ex-Campo
Majoritário por outras, mais à
esquerda, na máquina federal.
Estão na sua cota Antonio
Carlos Biscaia (Justiça), Luciano Zica e Hamilton Pereira
(Meio Ambiente) e Iara Bernardi (MEC).
Sonho alto. O PC do B
quer lançar candidatos a prefeito em pelo menos cinco capitais. As principais apostas
são Aldo Rebelo (São Paulo),
Manuela D'Ávilla (Porto Alegre) e Jandira Feghali (Rio).
Tensão. Na dúvida se terá
votos para aprovar hoje a reforma da Previdência de José
Serra, o líder do governo na
Assembléia, Barros Munhoz
(PSDB), pediu ao líder do PT,
Simão Pedro, que a votação
seja simbólica. Ouviu um não.
Missa. Acontece hoje às 17h
em Brasília missa em memória de Octavio Frias de Oliveira, publisher da Folha, morto
em 29 de abril passado. A cerimônia, realizada a pedido
do senador José Sarney e de
amigos, será na igreja São Pedro de Alcântara, no Lago Sul.
Tiroteio
"Há interesses contrariados. O que está sendo
feito é acompanhado pelo Judiciário e sempre
foi usado, com sucesso, no combate à corrupção
na Itália e em outros países".
De ANTENOR MADRUGA, secretário nacional de Justiça na gestão do
ministro Márcio Thomaz Bastos, sobre as críticas de advogados às interceptações telefônicas e à delação premiada.
Contraponto
Quero descer
Ouvidor da Câmara, Carlos Sampaio (PSDB-SP) fez parte do grupo que viajou a Montevidéu, no início do mês,
para a instalação do Parlamento do Mercosul. Encerrado
o evento, os presidentes do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), e da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), seguiram num carro para o aeroporto, enquanto os demais
integrantes da comitiva tomaram um ônibus rumo ao
mesmo destino. Um deputado mais distraído perguntou:
-Para onde estamos indo?
-Para a base-, respondeu um colega.
Tratava-se, é claro, da base aérea, mas o tucano Sampaio resolveu fazer piada com os governistas a bordo:
-Então pára que eu vou de táxi!
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