São Paulo, segunda-feira, 28 de maio de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Curto-circuito

Colocado em evidência pela Operação Navalha, que derrubou o ministro Silas Rondeau, o sistema Eletrobrás abriga empresas em que se misturam suspeitas de irregularidades, caos administrativo e penúria financeira. Na Eletronorte, o risco é de novo escândalo: a Polícia Federal e o Ministério Público investigam o desvio de diesel comprado para termelétricas.
Na Cepisa, do Piauí, onde foi flagrada a negociata com a empreiteira Gautama em recursos do programa Luz para Todos, mais de mil ações trabalhistas ameaçam paralisar os trabalhos da empresa. A Ceal, de Alagoas, tem prejuízos mensais de R$ 3 milhões graças a uma liminar que permite aos usineiros, desde o racionamento de 2001, não pagar energia elétrica.

Elo frágil. A PF aposta em Fátima Palmeira, a pagadora de propinas preferencial de Zuleido Veras, como a integrante da quadrilha mais passível de entregar detalhes da quadrilha em troca do benefício da delação premiada.

Torneira. Quem acompanha a Operação Navalha atesta que ainda há uma seara inexplorada de vazamentos: a PF já teria os resultados das quebras de sigilos telefônico, fiscal e bancário de boa parte dos investigados.

Se vira. Do vice-líder do governo na Câmara Beto Albuquerque (PSB-RS) sobre o envolvimento do colega de sigla e ex-governador José Reinaldo no escândalo das obras da Gautama: "Não podemos macular o nome de nosso partido por causa de cristão novo que nunca foi à missa conosco".

Desespero 1. Mesmo sob protestos, a Aneel manteve a possibilidade de termelétricas participarem do leilão de compra de energia para suprir a demanda brasileira entre 2010 e 2012. Das 200 empresas que se preparam para concorrer, pelo menos 70 são de queima de óleo combustível.

Desespero 2. O temor de ambientalistas é que as vencedoras do leilão comprem "sucata" da Rússia e da Romênia, que estão desativando suas termelétricas, para construir as usinas no país. "Precisamos de energia de qualquer jeito", disse o presidente da Aneel, Jerson Kelman, em recente audiência na Câmara.

Aerotur. A Aeronáutica convidou os integrantes da CPI do Apagão Aéreo da Câmara a conhecer as instalações da Força em Morro da Igreja (PR). O passeio tomaria um dia inteiro de trabalho. O relator Marco Maia (PT-RS) educadamente recusou.

Chimarrão. Tarso Genro articula a união do PT gaúcho, com a candidatura de Miguel Rosseto para a prefeitura de Porto Alegre e o apoio a Olívio Dutra para presidente nacional do partido. Tarso ficaria livre para disputar o governo ou a Presidência em 2010.

Turma. O ministro da Justiça trocou peças do ex-Campo Majoritário por outras, mais à esquerda, na máquina federal. Estão na sua cota Antonio Carlos Biscaia (Justiça), Luciano Zica e Hamilton Pereira (Meio Ambiente) e Iara Bernardi (MEC).

Sonho alto. O PC do B quer lançar candidatos a prefeito em pelo menos cinco capitais. As principais apostas são Aldo Rebelo (São Paulo), Manuela D'Ávilla (Porto Alegre) e Jandira Feghali (Rio).

Tensão. Na dúvida se terá votos para aprovar hoje a reforma da Previdência de José Serra, o líder do governo na Assembléia, Barros Munhoz (PSDB), pediu ao líder do PT, Simão Pedro, que a votação seja simbólica. Ouviu um não.

Missa. Acontece hoje às 17h em Brasília missa em memória de Octavio Frias de Oliveira, publisher da Folha, morto em 29 de abril passado. A cerimônia, realizada a pedido do senador José Sarney e de amigos, será na igreja São Pedro de Alcântara, no Lago Sul.

Tiroteio

"Há interesses contrariados. O que está sendo feito é acompanhado pelo Judiciário e sempre foi usado, com sucesso, no combate à corrupção na Itália e em outros países". De ANTENOR MADRUGA, secretário nacional de Justiça na gestão do ministro Márcio Thomaz Bastos, sobre as críticas de advogados às interceptações telefônicas e à delação premiada.

Contraponto

Quero descer

Ouvidor da Câmara, Carlos Sampaio (PSDB-SP) fez parte do grupo que viajou a Montevidéu, no início do mês, para a instalação do Parlamento do Mercosul. Encerrado o evento, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), seguiram num carro para o aeroporto, enquanto os demais integrantes da comitiva tomaram um ônibus rumo ao mesmo destino. Um deputado mais distraído perguntou:
-Para onde estamos indo?
-Para a base-, respondeu um colega.
Tratava-se, é claro, da base aérea, mas o tucano Sampaio resolveu fazer piada com os governistas a bordo:
-Então pára que eu vou de táxi!


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