São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Um vice para Marta

No vôo que levou Lula de SP a Brasília anteontem, Eduardo Suplicy perguntou a opinião do presidente sobre a questão do vice de Marta. Lula comparou a situação da ministra -que estava a seu lado- à que ele viveu em 2002. Disse que ela, forte nas camadas mais populares, deve procurar um companheiro de chapa que ajude a diminuir sua rejeição entre os mais ricos. Um empresário, afirmou, como José Alencar.
Alguém mencionou Emerson Kapaz (que não é opção, pois está sem partido). Lula não comentou. Apenas insistiu que deve ser um empresário. Estavam na conversa também os ministros José Temporão (Saúde) e Franklin Martins (Comunicação Social).



Meu voto. Suplicy não deu sua opinião, que já manifestara a Marta de outra feita: o senador acha que uma boa vice seria Luiza Erundina (PSB).

Família. Estavam no vôo ainda Fábio Luís, o Lulinha, e Tiago, neto do presidente.

Ajoelhou... André Vargas (PR), um dos petistas mais envolvidos na operação para derrubar o veto ao acordo com Aécio Neves em BH, se explica: "Com dois ministros mineiros, acho absurdo o PT não ter candidato", afirma o deputado, referindo-se a Patrus Ananias e Luiz Dulci, ambos contrários à aliança.

...tem que rezar. Segue Vargas: "Mas nenhum dos dois quis disputar, e agora é tarde. Não dá para esperar que o Diretório Nacional resolva o problema deles".

Hã, hã... Manifesto do PSL: "Não pretendemos ficar a reboque de outros partidos. Não podemos ser usados como escada". Ontem, a sigla nanica aderiu a Geraldo Alckmin.

Guru. Em site, o presidente do PSL-SP, Roberto Siqueira, ensina a "não perder tempo com encrenqueiros", evitar "contágio com quem diz que a coruja foi depenada" e "ir ao encontro de pessoas que querem comprar sua eleição".

Pão e água. Geddel Vieira Lima desfilou na posse do colega Carlos Minc seis quilos mais magro. O embate com o PT na sucessão em Salvador tem feito o ministro peemedebista malhar em dobro.

A pé. A dura declaração de Inocêncio Oliveira (PR-PE) contra Paulinho (PDT-SP), com água até o pescoço em razão da Operação Santa Tereza da PF, foi entendida na Câmara como sinal de que o baixo clero, sobre o qual o corregedor tem grande influência, não socorrerá o pedetista.

Ghostwriter. Mais do que um parecer, o que o secretário Jorge Rachid (Receita) enviará hoje ao líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), é a minuta do projeto de lei complementar que regulamenta a PEC da Saúde e recria a CPMF. E o governo ainda diz que não é com ele.

Difícil. Há governistas na resistência à CPMF rediviva. O líder do PR, Luciano Castro (RR), manifesta "desconforto" em criar nova contribuição sem nenhuma contrapartida. Ele defende a aprovação do projeto da saúde como veio do Senado. As fontes de recurso seriam definidas depois.

Os intocáveis. Depois de derrubar a MP que proibia a venda nas estradas no Senado, o lobby da indústria de bebidas conseguiu excluir o setor da taxação para financiar a saúde. Só o cigarro entrará no projeto. "Uma briga de cada vez", diz um líder governista.

Despejo. Velada ontem, a CPI dos Cartões será enterrada hoje em obscura sala do Senado. A que é normalmente destinada às CPIs já foi reservada para outra reunião.

Visita à Folha. Alexandre Schneider, secretário da Educação do município de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Lu Fernandes, da empresa Lu Fernandes Editora & Escritório de Comunicação Ltda.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

O Supremo não vai reeditar a triste história do Tribunal da Inquisição, que obrigou Galileu Galilei a renegar sua convicção científica de que a Terra não era o centro do Universo.

Do ministro CELSO DE MELLO , sobre o julgamento das pesquisas com células-tronco, que será retomado hoje pelo STF.

Contraponto

Por via das dúvidas

A caravana do PAC levou ontem os ministros Márcio Fortes e Paulo Bernardo a São Luís. Na capital maranhense, no meio do evento para assinatura de convênios do programa, o titular das Cidades avisou ao microfone:
-Tenho aqui um pedido da Dilma...
-Pedido da Dilma?!-, indagou o colega do Planejamento, já imaginando alguma bronca da chefe da Casa Civil.
Fortes correu a explicar que se tratava de outra Dilma, presente na platéia e interessada numa oportunidade de trabalho no projeto anunciado. Paulo Bernardo se acalmou, mas achou por bem aconselhar:
-Se ela chama Dilma, é melhor atender o pedido!


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