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SC lidera desmatamento da mata atlântica
De 2005 a 2007, Mafra, Itaiópolis e Santa Cecília, municípios que estão no topo do ranking, destruíram 3.843 hectares
Segundo o órgão ambiental do Estado, a principal causa de devastação é a troca das florestas por pínus, que dá retorno rápido ao produtor
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
As três cidades campeãs de
desmatamento de mata atlântica entre 2005 e 2007 são de
Santa Catarina: Mafra, Itaiópolis e Santa Cecília. Juntas, elas
destruíram no período 3.843
hectares -o equivalente a
5.382 campos de futebol.
Os dados são alarmantes tendo em vista que restam no país
apenas 7,26% da área original
dessa floresta. As informações,
divulgadas ontem pela Fundação SOS Mata Atlântica, foram
produzidas numa parceria com
o Inpe (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais).
Segundo o órgão ambiental
do Estado de Santa Catarina, a
Fatma, a principal causa da
destruição de mata atlântica é a
substituição das florestas por
pínus, que são vendidos para a
indústria de papel. A Fatma diz
que mantém um programa de
proteção da mata atlântica e informa que haverá concurso para a contratação de mais 142
técnicos -30% deles devem ir
para o setor de fiscalização.
Outros municípios da lista de
recordistas de desmatamento
estão na Bahia (Tremedal e
Bom Jesus da Lapa), em Minas
Gerais (Ninheira) e no Paraná
(Coronel Domingos Soares e
Bituruna).
Segundo Flavio Ponzoni, do
Inpe, os Estados de Santa Catarina e Minas Gerais -líderes de
desmatamento entre 2000 e
2005- ainda têm remanescentes grandes de mata e, por isso,
"têm mais para destruir".
A Lei da Mata Atlântica,
aprovada em 2006, afirma que
a supressão da vegetação primária e secundária do bioma
"somente serão autorizados em
caráter excepcional, quando
necessários à realização de
obras, projetos de utilidade pública, pesquisas científicas e
práticas preservacionistas".
Márcia Hirota, diretora da
SOS Mata Atlântica, afirma que
em 20 anos de estudo perdeu-se o equivalente à metade de
Alagoas. Ela diz que a situação
da mata atlântica é bastante
crítica, "especialmente devido
à elevada fragmentação florestal". Com as áreas de floresta
cada vez menores, as espécies
que a habitam também sofrem.
Outro lado
A Prefeitura de Mafra diz que
não tem estrutura para fiscalizar o município, com 1.200 km2
de extensão. A secretária de
Obras, Telma Faber Rosa, confirma que tem ocorrido retirada de floresta para plantio de
pínus -que dá retorno rápido
ao produtor e tem valor no
mercado. "Mas, recentemente,
a Fatma abriu um escritório na
cidade. Ela tem um poder
maior que o nosso para fiscalizar. A situação vai melhorar."
O secretário de Administração de Santa Cecília, Francisco
Inácio Luvisa, ficou surpreso
com a inclusão da cidade entre
as que mais desmataram. "Nessas andanças, a gente não percebe desmatamento. A prefeitura é parceira da Fatma. Coíbe
e denuncia qualquer derrubada
de mata." A reportagem não
conseguiu resposta da Prefeitura de Itaiópolis.
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