São Paulo, quinta-feira, 28 de maio de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Vou de táxi

Entre os contratos da Petrobras sobre os quais a oposição tentará jogar luz na CPI do Senado, se lhe for dada alguma margem de manobra, estão aqueles firmados com cooperativas de táxi e de locação de veículos para transporte de carga e/ou de passageiros. Desde 2005, foram gastos mais de R$ 60 milhões com essa finalidade sem licitação -na maioria das vezes, é feito um "convite" à cooperativa.
A Petrobras também assinou contrato no valor de R$ 15,8 milhões com uma cooperativa do ABC paulista para "locação de veículo com motorista". Essa mesma cooperativa presta serviço aos Correios. A diferença é que neste caso houve pregão.




Altas horas. O próprio Lula disparou telefonemas, na noite de anteontem, para arredondar as indicações à CPI da Petrobras. Queria assegurar um time "sóbrio" para defender o governo e a empresa.

A quatro. Lula fez questão da presença de Ideli Salvatti (PT-SC) no papo que teve ontem com Aloizio Mercadante (PT-SP), sob fogo da tropa renanzista. O ministro José Múcio (Relações Institucionais) também participou. Assim, Mercadante ficou sem um tête-à-tête com o presidente, como Renan Calheiros (PMDB-AL) tivera segunda.

Senhor dos anéis. Renan segurou até o último momento as indicações dentro da bancada. Senadores tentavam saber, às 22h30 de terça, se seriam ou não designados para a CPI, e a resposta padrão era que o líder ainda não tinha fechado os nomes.

Psiu. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), ironiza as indicações do PMDB. "Pelo menos teremos silêncio, sem Cabelo, Sandália & Microfone", diz, numa alusão à trinca Wellington Salgado, Gilvam Borges e Almeida Lima, que se notabilizou pelos decibéis empregados na defesa de Renan em 2007. Dos três, só Almeidinha está na comissão, ainda assim como suplente.

Outro lado. Doadora de recursos ao PMDB de Roraima nas eleições de 2006, a Aliança Navegação afirma que seu vínculo com a Petrobras se restringe à compra de combustível para navios.

Assim não. A CBF voltou a sinalizar para autoridades de São Paulo, desta vez com mais ênfase, que a Fifa deverá rejeitar o estádio do Morumbi para a Copa de 2014. O plano de reforma apresentado pelo São Paulo FC é considerado insuficiente. A alternativa da prefeitura é construir um estádio na zona norte da cidade.

Vip. Márcio Thomaz Bastos foi o único a não aguardar na salinha reservada às testemunhas do mensalão ontem. O ex-ministro foi convidado pela juíza Sílvia Rocha a tomar um café no gabinete.

Fúria. Aldo Rebelo (PC do B -SP) ameaçou por três vezes ir embora sem depor, pois a juíza atrasou 40 minutos para iniciar sua oitiva. No final, ela pediu desculpas ao deputado.

Pálido. A atuação do procurador Rodrigo De Grandis, que ganhou notoriedade na Operação Satiagraha, foi descrita por advogados e testemunhas como "protocolar" e "pouco enfática". Num dia de depoimentos-chave para José Dirceu, ele não apertou Ivan Guimarães, ex-presidente do Banco Popular, nem Roberto Marques, assessor de todas as horas do ex-ministro.

Fora. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pediu ao primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), que retirasse as credenciais da equipe do humorístico "CQC". Sarney alega que a instituição foi desrespeitada em recente quadro do programa da Band, no qual foi chamado de "dinossauro".

Visita à Folha. Kazuaki Obe, cônsul-geral do Japão em São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava com Sachiko Takeda, vice-cônsul.

Tiroteio

"Ele tem tanto apreço pela Petrobras que aceitou abrigar o ex-presidente da empresa José Eduardo Dutra em seu secretariado durante o fogo cruzado do mensalão."

De ARTHUR VIRGÍLIO, líder do PSDB no Senado, sobre o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), que chamou a oposição de camicase por propor a CPI da Petrobras.

Contraponto

The book is on the table

No início deste mês, uma delegação do PT esteve na China, como parte de um intercâmbio com o Partido Comunista. O idioma local ninguém falava, e alguns integrantes da comitiva tinham dificuldade também com o inglês, usado na comunicação com os turistas.
Ao mostrar para a vendedora de uma loja o produto que pretendia levar de lembrança, o secretário de Assuntos Institucionais, Romênio Pereira, ouviu de volta:
-How many?
O petista levou os colegas à gargalhada ao comentar:
-Ro-mê-nio! Viu? Ela quase acertou!


com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO



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