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Para Thomaz Bastos, mensalão não existiu
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois ex-ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva que
foram ouvidos ontem como
testemunhas de defesa no processo do mensalão, Márcio
Thomaz Bastos (Justiça) e Aldo
Rebelo (Coordenação Política),
disseram acreditar que o esquema de pagamento a congressistas da base em troca de
apoio ao governo não existiu.
Bastos e Rebelo foram convocados como testemunhas do
ex-ministro da Casa Civil José
Dirceu (PT-SP). "Minha convicção é de que não [existiu]",
disse Bastos, ao ser questionado sobre o mensalão.
Segundo ele, sua convocação
foi para um "depoimento sobre
imagens, sobre pessoas". Bastos elogiou Dirceu. "É um sujeito disciplinado, preparado,
nunca o vi trabalhar menos de
12 horas na Casa Civil."
O deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP) disse que
"nunca ouviu de jornalista, de
deputado ou de ninguém algo
relacionado com um esquema
que desse dinheiro a deputados". Ele também foi ouvido
como testemunha do deputado
cassado Roberto Jefferson
(PTB-RJ), que denunciou o
mensalão. "Para mim, pelo menos, o esquema não existiu",
afirmou Rebelo.
O advogado de Jefferson,
Luiz Francisco Corrêa Barbosa, disse que vai requerer uma
acareação entre Rebelo e Bastos. Segundo ele, houve contradição nos depoimentos.
Em entrevista à Folha em
2005, Jefferson revelou que
deputados recebiam do PT um
"mensalão" de R$ 30 mil.
Durante as investigações, o
publicitário Marcos Valério de
Souza afirmou que o dinheiro
repassado aos deputados indicados pelo tesoureiro do PT,
Delúbio Soares, era de caixa
dois alimentado com empréstimos nos bancos Rural e BMG.
A CPI dos Correios contestou essa versão e sustentou que
o esquema foi abastecido com
dinheiro do Banco do Brasil,
por meio do fundo Visanet.
Em 2007, o Supremo Tribunal Federal abriu processo
contra 40 acusados.
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