São Paulo, quinta-feira, 28 de maio de 2009

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Para Thomaz Bastos, mensalão não existiu

DA REPORTAGEM LOCAL

Dois ex-ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva que foram ouvidos ontem como testemunhas de defesa no processo do mensalão, Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e Aldo Rebelo (Coordenação Política), disseram acreditar que o esquema de pagamento a congressistas da base em troca de apoio ao governo não existiu.
Bastos e Rebelo foram convocados como testemunhas do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT-SP). "Minha convicção é de que não [existiu]", disse Bastos, ao ser questionado sobre o mensalão.
Segundo ele, sua convocação foi para um "depoimento sobre imagens, sobre pessoas". Bastos elogiou Dirceu. "É um sujeito disciplinado, preparado, nunca o vi trabalhar menos de 12 horas na Casa Civil."
O deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP) disse que "nunca ouviu de jornalista, de deputado ou de ninguém algo relacionado com um esquema que desse dinheiro a deputados". Ele também foi ouvido como testemunha do deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que denunciou o mensalão. "Para mim, pelo menos, o esquema não existiu", afirmou Rebelo.
O advogado de Jefferson, Luiz Francisco Corrêa Barbosa, disse que vai requerer uma acareação entre Rebelo e Bastos. Segundo ele, houve contradição nos depoimentos.
Em entrevista à Folha em 2005, Jefferson revelou que deputados recebiam do PT um "mensalão" de R$ 30 mil.
Durante as investigações, o publicitário Marcos Valério de Souza afirmou que o dinheiro repassado aos deputados indicados pelo tesoureiro do PT, Delúbio Soares, era de caixa dois alimentado com empréstimos nos bancos Rural e BMG.
A CPI dos Correios contestou essa versão e sustentou que o esquema foi abastecido com dinheiro do Banco do Brasil, por meio do fundo Visanet.
Em 2007, o Supremo Tribunal Federal abriu processo contra 40 acusados.


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