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OUTRO LADO
Deputados dizem que gastos são necessários
DA REDAÇÃO
Os deputados federais que
mais gastaram com combustível foram unânimes em
um ponto: para trabalhar
nos Estados, rodando pelas
cidades, é preciso gastar.
Para os deputados João
Herrmann Neto (PPS-SP),
Giacobo (PL-PR) e Enio Tatico (PTB-GO), o recurso a
que têm direito é pouco. Os
três figuram entre os dez que
mais gastos tiveram.
Herrmann Neto, que gastou R$ 66.825, disse que os
parlamentares trabalham
com uma estrutura "ridícula" e que mantém, com as
verbas indenizatórias, uma
equipe de 22 pessoas.
Giacobo, que teve despesa
de R$ 63.692,67, diz que anda, todos os finais de semana, mais de 3.000 km, por 110
cidades do Paraná. "Não
acho que é muito [o gasto] e
não vou baixar."
Enio Tatico, filho do também deputado Tatico (PTB-DF) -este, campeão no
ranking de gastos-, diz
que, além dessa verba, precisa usar recursos seus para
atender a todos as cidades.
Segundo a assessoria de
Tatico, o pai, os gastos são
altos porque ele anda com
dois seguranças, cada um
em um carro. O deputado
atingiu R$ 71.653,12.
Dois dos três parlamentares do Acre que aparecem no
ranking -João Tota (PL) e
Perpétua Almeida (PC do
B)- deram a mesma justificativa: o preço da gasolina
no Estado é muito caro. A
assessoria de Perpétua disse
que, às vezes, a deputada faz
viagens em barcos. Tota foi o
oitavo que mais gastou, e
Perpétua, a que registrou
mais despesa em sua sigla.
Segundo o deputado Benedito de Lira (PP-AL), o
que mais pediu reembolso
em março, o valor -R$
22.309- é acumulado dos
três primeiros meses do ano.
Francisco Rodrigues (PFL-RR) disse que, além de percorrer o interior do Estado,
muitas vezes, usa diesel para
embarcações. "Vou visitar
populações ribeirinhas."
Mesmo argumento de Rodolfo Pereira (PDT-RR).
A assessoria do Pastor
Amarildo (PSC-TO), que
mais reembolso pediu em
abril, disse que o deputado
recebe convites de prefeitos
e acaba viajando muito.
O deputado Carlos Alberto
Leréia (PSDB-GO) afirmou
que seu gasto é o primeiro
do partido porque faz muitas viagens de avião. Se não
houvesse as verbas indenizatórias, ele diz que teria "dificuldade" para trabalhar.
Partilha da mesma opinião
Costa Ferreira (PSC-MA).
Segundo sua assessoria, a
verba ajuda a atender à demanda de trabalho.
Assim como os demais, os
deputados Colombo (PT-PR) e Fernando Diniz
(PMDB-MG) disseram que a
despesa existe pela necessidade de percorrerem seus
Estados. O deputado João
Fontes (PB), parlamentar
sem partido que mais gastou, disse que seu gasto
ocorre "estritamente para
viagens de atividade parlamentar". Fontes disse ser
"rigoroso na aplicação do dinheiro público".
A Folha tentou contato
com Marcelo Ortiz (PV-SP),
Lavoisier Maia (PSB-RN),
Elimar Máximo Damasceno
(Prona-SP), Ronivon Santiago (PP-AC), Moraes Souza
(PMDB-PI), Francisco Garcia (PP-AM), Vadão Gomes
(PP-SP) e Alceste Almeida
(PMDB-RR), mas não obteve resposta. A deputada
Suely Campos (PP-RR) disse
que preferia não comentar
os gastos.
(IS e VA)
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