São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 2006 |
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CPI tenta afastar sanguessugas da Mesa
Comissão pedirá ao presidente da Câmara que Nilton Capixaba, João Caldas e Eduardo Gomes deixem seus cargos
A CPI dos Sanguessugas pedirá hoje ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), o afastamento de três integrantes da Mesa Diretora da
Casa investigados por suposto
envolvimento com a venda de
ambulâncias superfaturadas.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) disse que apresentará hoje à CPI requerimento
pedindo que deixem a Mesa Diretora Nilton Capixaba (PTB-RO), João Caldas (PL-AL) e
Eduardo Gomes (PSDB-TO).
A Polícia Federal captou conversas, com autorização judicial, que sugerem a atuação dos
três congressistas para beneficiar a Planam, empresa responsável pela venda das ambulâncias superfaturadas a prefeituras do país. Capixaba e Caldas
constam ainda da contabilidade da Planam como recebedores de dinheiro da empresa.
Eduardo Gomes disse que há
50 dias já solicitou afastamento
de todas as discussões da Mesa
que envolvam o caso dos sanguessugas, mas afirmou que
não pretende se afastar do cargo na Mesa. Ele nega envolvimento com a quadrilha. Nilton
Capixaba não respondeu à reportagem. A Folha não conseguiu localizar João Caldas.
O presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse crer que, além do requerimento de Gabeira, outros
serão apresentados e provavelmente serão aprovados: "Tão
logo sejam aprovados, encaminharemos ofício ao presidente
da Câmara pedindo o afastamento desses deputados da
Mesa Diretora", disse Biscaia.
Nilton Capixaba, Eduardo
Gomes e João Caldas são, respectivamente, segundo, terceiro e quarto secretários da Mesa
Diretora. "É razoável que esses
deputados sejam afastados até
que as investigações sejam
concluídas", afirmou Gabeira.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
disse ontem temer o "clima de
delação" na comissão: "O problema dessa CPI é que ela coincide com o período eleitoral,
então tende a um clima de delação e isso acaba expondo a
instituição". Segundo ele, "é
bom para separar o joio do trigo. Se cem deputados tiverem
que ser denunciados, melhor.
O que não pode é uma instituição pagar pelo erro de alguns".
Colaborou FERNANDA KRAKOVICS , da Sucursal de Brasília Texto Anterior: Elio Gaspari: A demofobia ajuda Lula, como ajudou Vargas Próximo Texto: Copa esvazia Congresso e trava votações Índice |
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