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QUESTÃO AGRÁRIA
Após reintegração de posse no Pará, MST critica petista
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
A Polícia Militar do Pará
iniciou ontem operação para
cumprir 12 mandados de
reintegração de posse expedidos pela Justiça. O MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) criticou a governadora Ana Júlia Carepa (PT), apoiada pelo
o movimento na campanha
eleitoral do ano passado, e
ameaçou resistir às reintegrações.
A Operação Tocantins, como foi batizada, mobilizou
115 policiais militares e dez
policiais civis e terá duração
de 30 dias. Os policiais darão
suporte aos oficiais de Justiça. Alguns dos mandados
aguardavam cumprimento
há mais de um ano. Três outras operações policiais já estão programadas na seqüência para cumprir reintegração de posse em outras regiões do Pará.
Um grupo de sem-terra ligado à Fetagri (Federação
dos Trabalhadores na Agricultura) ameaçou durante
todo o dia bloquear a BR-275, entre Eldorado do Carajás e Parauapebas, no sudeste do Estado. Ayala Ferreira,
da coordenação estadual do
MST, disse que a governadora Ana Júlia Carepa cedeu às
pressões dos fazendeiros.
O governo do Pará disse
que dialogou com todos os
setores, o que reduziu o número de reintegrações no
Estado. A coordenação de
comunicação disse que famílias de sem-terra desalojadas
são ajudadas e que não será
tolerada nenhuma atitude
violenta nas desocupações.
O primeiro dos 12 mandados judiciais foi cumprido
ontem, na fazenda Landi, em
São João do Araguaia. Segundo o coronel Walcyr Travassos de Queiroz, comandante da operação, cerca de
200 pessoas saíram sem que
houvesse resistência.
O diretor de Política Agrária da Fetagri, Manuel Indiritiba, disse ontem que a governadora recebe pressões
de "todos os lados" e que as
decisões judiciais precisam
ser cumpridas.
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