São Paulo, domingo, 28 de julho de 2002

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Construção é alvo de ação na Justiça estadual

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O Canal do Trabalhador já não resolveria totalmente o problema de abastecimento de Fortaleza caso uma forte estiagem atingisse a região metropolitana da capital cearense hoje. Quando foi feito, a cidade consumia 4,8 m3/segundo e sua vazão é de 6 m3/segundo. Agora, o consumo duplicou.
A obra sempre foi cercada de polêmica, embora haja consenso sobre sua necessidade em 1993. O problema principal apontado por críticos foi sua subutilização nos anos seguintes à inauguração e os materiais utilizados.
Corre desde 97 na Justiça do Ceará uma ação pedindo o ressarcimento aos cofres públicos dos gastos com o canal devido aos problemas apresentados e ao fato de não ter havido licitação sob alegação de ser uma obra emergencial. A ação está parada porque a União, que financiou 40% da obra, não foi citada. Ciro levou dois anos para ser citado.
A proximidade de um racionamento de água nos moldes como aconteceu em Recife durante a seca de 93 assustava a população e fez com que o governo de Ciro Gomes, mesmo sem ter um projeto pronto, decidisse abrir o Canal do Trabalhador, concluído em três meses.
A obra, de 115 km de extensão, leva água do açude Orós, o maior do Estado na época -hoje está sendo construído o Castanhão, que terá capacidade maior- até o complexo Pacoti-Riachão, formado por açudes e rios, na região metropolitana. É o maior canal da América Latina.
O rio Jaguaribe é que leva as águas do açude Orós (a 402 km de Fortaleza) ao Canal do Trabalhador desde o município de Orós até Itaiçaba (120 km de Fortaleza), marco zero do canal.
Após ser desativado em 94, voltou a ser usado na estiagem de 1998-99, quando abasteceu 2/3 da região metropolitana.
O Eixão, canal que está sendo construído pelo governo do Estado, terá vazão de 22 m3/segundo e também tem por objetivo levar água para a Grande Fortaleza.
Hoje o canal não está sendo usado para levar água para Fortaleza, mas está cheio, com sua capacidade máxima, para servir ao consumo humano das comunidades próximas e para a irrigação. (KF)


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