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São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2003

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PAINEL

Dor no fígado
O governo tem alimentado frustrações no Congresso. As queixas não são apenas por cargos e emendas. O sentimento, em geral, é de ego ferido e de falta de espaço para atuar. Corre o risco de tomar o troco numa votação importante, ainda mais se Lula perder popularidade.

Cumpridores de tarefa
No PT, além da esquerda, há insatisfação mesmo entre aqueles que concordam com as reformas e acreditam que a fase é de transição para o "espetáculo do crescimento". O "baixo clero" petista diz que o Planalto não o escuta e o trata na base "do faça isso e não faça aquilo".

Nariz tampado
Entre os aliados, as queixas ao Planalto se repetem. Com o agravante de que parlamentares de siglas como PTB, PL, PMDB e PP desconfiam de que o governo quer seus votos, mas tem vergonha de sua companhia. Nas palavras de um líder: "Acham que somos todos bandidos".

Conselho dois, a missão
Lula deve lançar amanhã mais um fórum, que vai elaborar projeto de reforma trabalhista e sindical. Serão 21 trabalhadores, 21 empregadores, 21 indicados pelo governo e 7 de outros setores.

Fase de maturação
O Planalto quer enviar a reforma trabalhista e sindical ao Congresso em dezembro. O fórum será dividido em nove grupos temáticos, que se aglutinarão em novembro para redigir o texto final. Oswaldo Bargas, antigo sindicalista, será o coordenador.

Cadeira disputada
José Viegas (Defesa) vai se reunir em agosto com os ministros de Defesa da África do Sul e da Índia. Os três são de países em desenvolvimento que disputam vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Paisagem bucólica
Uma dezena de outdoors contra a reforma foi espalhada por sindicatos de servidores entre o aeroporto de Brasília e o Congresso. Alguns ameaçam divulgar as fotos de quem votar a favor da proposta de Lula.

Roupa nova
Marta (PT) abriu licitação para a publicidade oficial da Prefeitura de SP. O contrato, de R$ 20 mi, será de seis meses, com início previsto para novembro.

Discurso de oposição
A Prefeitura do Rio ameaça entrar no STF contra a reforma da Previdência assim que for aprovada no Congresso. Cesar Maia alega que o projeto é ruim para a economia da cidade e não quer aplicar vários dos pontos, como a cobrança de inativos.

Efeito dominó
Cesar Maia diz que vai procurar outros prefeitos de capital para apoiá-lo contra a reforma previdenciária: "Se o Rio conseguir essa liminar, a oposição à reforma vai se espalhar por todo o Brasil", afirma o prefeito.

Com licença
Aécio Neves (PSDB-MG) reclama constantemente de dores em seu joelho operado. Principalmente quando participa de longas e improdutivas reuniões.

Capital inicial
O governo Alckmin (PSDB-SP) estuda oferecer ações da Sabesp a empreiteiras que aceitem investir na construção de presídios. As empresas seriam remuneradas mensalmente por um período a ser definido. A administração continuaria pública.

Fundo perdido
O Tribunal de Contas da União bloqueou repasses de R$ 52 mi do FAT para programas de requalificação de centrais sindicais. Detectou irregularidades na prestação de contas.

Não é bem assim
Aldo Rebelo (PC do B-SP), líder do governo na Câmara, tem uma resposta padrão a empresários que o procuram para reclamar da reforma tributária: "Se o projeto é tão ruim, vou retirá-lo ainda hoje da pauta". Diz que o discurso muda na hora.

TIROTEIO

De Lúcio Alcântara (PSDB), governador do Ceará, sobre a reforma tributária:
- Tudo bem que o governo federal não aumente a carga tributária na reforma. Mas tem de dividir com os Estados o que já arrecada. Os Estados não podem entrar em insolvência.

CONTRAPONTO

A hora do pesadelo

Deputados petistas que se opunham ao relatório de José Pimentel (PT-CE), aprovado pela comissão especial da reforma da Previdência, saíram decepcionados da reunião da bancada do partido realizada na última terça-feira.
Na ocasião, o PT decidiu acolher o relatório na íntegra, sem acatar emendas de parlamentares da esquerda petista.
Após a reunião, alguns deputados foram jantar e ficaram lamentando a decisão da bancada.
Um deles era Fernando Gabeira (RJ), que protestou:
- Temos de conversar mais com o governo porque assim não dá. Até os nossos sonhos estão sumindo.
O deputado Walter Pinheiro (BA), depois de ouvir o colega, retrucou, irônico:
- Que sonho que nada, Gabeira. Esse governo nem me deixa dormir. Como é que eu vou sonhar?


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